sexta-feira, 12 de julho de 2019

Cerca de 100 famílias ribeirinhas estão desalojadas após água de barragem invadir cidades na BA

Imagem aérea de Coronel João de Sá após barragem de água transbordar em Pedro Alexandre — Foto: Studio Júnior Nascimento
Cerca de 100 famílias ribeirinhas da cidade de Coronel João Sá ficaram desalojadas depois que o município foi invadido por águas de uma barragem que fica no distrito de Quati, na cidade de Pedro Alexandre, na manhã desta quinta-feira (11). Não há registro de feridos ou desaparecidos.

Em Pedro Alexandre, também não há registro de desaparecidos, feridos, desalojados ou desabrigados. Moradores dos dois municípios falaram sobre a situação da região depois da inundação.

A barragem do Quati foi construída pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) e entregue em novembro de 2000 à Associação de Moradores da Comunidade do distrito. Ela represa água do Rio do Peixe para o período de estiagem, mas transbordou após as fortes chuvas que caem na região.

A cidade de Coronel João Sá foi a mais atingida pela inundação, porque fica em uma altitude mais baixa que Pedro Alexandre. Antes da enxurrada chegar em Coronel João Sá, o prefeito Carlinhos Sobral se pronunciou nas redes sociais e pediu que os moradores saíssem das casas.
Prefeitura de Pedro Alexandre decreta situação de emergência e calamidade pública após rompimento de barragem — Foto: Arquivo pessoal/Gino Giubbini
A Defesa Civil de Pedro Alexandre informou ao G1 que houve o rompimento da barragem. O rompimento também foi confirmado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

No entanto, na noite desta quinta, o Governo do Estado informou que não houve rompimento da barragem, mas sim um transbordamento. O G1 questionou se técnicos do estado estiveram no local para constatar que não houve rompimento. No entanto, o governo respondeu que a posição oficial é que não houve colapso no equipamento, mas não detalhou o que de fato aconteceu, e nem como se chegou a essa conclusão.

CASO

A barragem transbordou no povoado de Quati, que fica na cidade de Pedro Alexandre, localizada a cerca de 435 km de Salvador, na manhã desta quinta-feira (11). Conforme a Defesa Civil da cidade, as fortes chuvas que caem na região do Rio do Peixe contribuíram para o possível rompimento da estrutura. Não há registro de feridos.


A preocupação da gestão de Coronel João Sá, cidade que fica a 45 km de Pedro Alexandre, é com as famílias que moram às margens do Rio do Peixe, que corta a região. A água que vazou da barragem segue o curso do rio e, por volta das 15h30, já havia chegado a João de Sá.

O percurso do rio entre as duas cidades é de cerca de 80 km. Não há informações da velocidade da água, mas há confirmação de risco de invasão de casas e de prejuízos materiais por todo o município.

Desde o início da manhã, a administração de Coronel João Sá, que fica em um nível abaixo da barragem e é cortado pelo Rio do Peixe, pede para cerca de 120 famílias que moram às margens do rio deixem o local. No total, 300 pessoas vivem na área considerada com risco de ser atingida pela água.
Prefeitura de Pedro Alexandre decreta situação de emergência e calamidade pública após rompimento de barragem — Foto: Arquivo pessoal/Gino Giubbini
Coronel João Sá já tinha áreas alagadas, mas por conta da chuva. A preocupação adicional é justamente com a enxurrada provocada pelo vazamento da barragem do Quati. A água começou a invadir a cidade por volta das 15h30.

Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pedro Alexandre tem cerca de 16.695 moradores. Já Coronel João Sá tem uma população que chega a 17.066.

DECRETO DE ENERGÊNCIA

A prefeitura da cidade de Pedro Alexandre, que fica a cerca de 435 km de Salvador, decretou situação de emergência e calamidade pública nesta quinta-feira, após o município ser invadido pela água da barragem do povoado de Quati.

O documento foi publicado no Diário Oficial do município. No decreto, o prefeito Pedro Gomes Filho informou que a situação de emergência foi decretada "considerando o volume de água que tomou a cidade, causando inundações, enxurradas, alagamentos que ocasionaram danos materiais em residências, vias públicas, pontes e equipamentos públicos diversos".  G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário