quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Ciumeira e traições marcam formação do partido de Bolsonaro na Bahia

Os bastidores da formação do novo partido de Jair Bolsonaro na Bahia estão movimentados. O vereador Cezar Leite (PSDB), que até então vinha conduzindo a estratégia de coleta de assinaturas da sigla em território baiano, ficou de fora do material de divulgação do Iº Encontro Baiano de Apoiadores do Aliança Pelo Brasil, compartilhado nas redes sociais nesta semana. O chefe do Palácio do Planalto é aguardado na ocasião.

O evento será realizado no dia 25 de Janeiro, às 15h, no Fiesta Bahia Hotel, no bairro do Itaigara. O material de divulgação foi distribuído pela equipe do vereador Alexandre Aleluia (DEM). Na imagem, são mostrados vários apoiadores célebres do presidente que estarão no evento. Cezar ficou de fora.

O tucano vinha causando ciumeira nos bastidores pelo amplo protagonismo adquirido na formação do partido na Bahia. Inclusive, vinha tomando o cuidado de frisar que a formação do partido no estado estava "sem comando" para afastar os holofotes de si. Informações enviadas por fontes da reportagem dão conta de que ele não ficou satisfeito com o material, mas ainda não se manifestou sobre o caso.

O encontro contará com a presença de Gilson Machado, presidente da Embratur e amigo pessoal do presidente Jair Bolsonaro. Também estarão presentes Admar Gonzaga, secretário geral do Aliança; Karina Kufa, tesoureira do Aliança; Sérgio Lima, publicitário do Aliança; além dos deputados estatuais Capitão Alden, Talita Oliveira e André Fernandes, do Ceará.

Procurado pela reportagem, Cezar afirmou que estará no evento. "Quero deixar claro para o eleitor da direita na Bahia, que meu objetivo sempre foi construir uma direita conservadora independente, sem ser instrumento espúrio de qualquer partido, e desses valores não abro mão. Estarei presente no evento de apoio a grande iniciativa de nosso presidente Bolsonaro, pois apoio a formação do partido desde sua fase embrionária", declarou. "Faço isso pelos valores levantados e defendidos pela sigla, e por todos que querem um país livre da corrupção de valores e da corrupção do Estado".

Quanto à ausência do convite para o evento, Cezar ressalta que "é responsabilidade dos organizadores". "Porém não me furtarei em participar e engrandecer, pois acredito que o importante é contribuirmos para o sucesso de todas as ações realizadas no sentido da criação do partido, sendo todos válidos e importantes. Continuo do trabalho para coleta de assinaturas, mobilização das pessoas e presença na Lavagem do Bonfim em apoio à criação do partido".

E finaliza: "Esse momento é para a formação, e não discussão de quem estará à frente do evento. Mesmo porque todos me conhecem desde as manifestações vitoriosas que realizamos desde 2013 em Salvador e sabem que estou na política por ideal e não subsistência".

O Aliança pelo Brasil anunciou que vai enviar à Justiça Eleitoral as fichas com a coleta de assinaturas mínimas para a criação da legenda antes de abril, prazo esse que, se for alcançado, poderá viabilizar a participação da sigla nas eleições municipais de 2020. “Dirigentes e profissionais envolvidos na criação do partido estão certos da viabilidade de envio à Justiça Eleitoral do mínimo exigido de fichas de apoiamento antes de abril de 2020”, declarou a sigla, em nota.

O Aliança esclarece que não detectou fichas represadas ou problemas semelhantes em razão de suposta instabilidade no sistema de recebimento de assinaturas do Tribunal Superior Eleitoral, que, na opinião do partido, vem funcionando normalmente. Segundo a legenda, a única instabilidade detectada foi no site para a consulta do título de eleitor e, por isso, a orientação dada é para consultar o número do título pelo documento físico. “Até o momento não registramos quaisquer problemas relevantes com a Justiça Eleitoral, que tem agido com seriedade e profissionalismo”, conclui.

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