segunda-feira, 7 de junho de 2021

Maraú: Empresário dono dos Supermercados Meira agride homem por causa de bloqueio à Praia de Barra Grande

O bloqueio dos acessos às areias das praias por parte da Prefeitura de Maraú causou uma briga com agressão física, na noite do último sábado (5), em Barra Grande. As informações são do Portal Baixo Sul

O desentendimento ocorreu quando o empresário Herbert Moreira Dias, conhecido como “Beto Meira”, dono dos Supermercados Meira, de Itabuna e Ilhéus, e que possui imóveis em Barra Grande, retirava, com o apoio de prepostos e uma motosserra, um dos acessos bloqueados pela prefeitura.

Um dos vídeos publicados nas redes sociais por testemunhas, mostra Fernando Amaral, pessoa conhecida da comunidade de Barra Grande, e seu esposo Lucas, que possuem casa de praia na Barra, se aproximando do local para informar ao empresário que tinha sido a gestão municipal que havia determinado o fechamento dos acessos.

As imagens mostram que imediatamente o empresário se altera e parte para cima de Fernando, o agredindo com socos no rosto, o que ocasionou uma lesão em seu nariz. Fernando foge do agressor que continua a persegui-lo apesar dos gritos de outras pessoas pedindo que o empresário parasse a agressão.

Num outro vídeo é possível ver Fernando já relatando a fratura em seu nariz e ainda assim sendo xingado e perseguido pelo empresário que apresentava estado de descontrole com a situação, inclusive, num determinado momento faz ameaça a Fernando: “Vou dar um tiro na sua cara, seu bosta”, diz enfurecido. Num outro trecho da gravação, Beto Meira diz: “Esse bosta vem pra aqui, compra uma casa de merda e acha que é dono da rua”.

Fernando Amaral foi encaminhado ao plantão do Posto de Saúde de Barra Grande e posteriormente à Ilhéus para fazer mais exames. De acordo com informações de Lucas, marido da vítima, o agressor teria acusado o casal de serem autores do fechamento do acesso de veículos à praia.

BETO MEIRA DIVULGOU NOTA SOBRE O OCORRIDO

Por meio de sua assessoria, o empresário divulgou uma nota com sua versão para os fatos. Herbert Moreira Dias informou que possui casa e frequenta Barra Grande há cerca de trinta anos. Sempre teve acesso à praia através de uma servidão localizada em frente a uma pousada de sua propriedade, cujos clientes também têm acesso à praia pelo mesmo local.

Segundo ele: “anteriormente, o proprietário de uma casa a beira mar que fica no final da servidão já tentou fechá-la, colocando corrente e cadeado e impedindo o livre acesso das pessoas à praia”. Ainda, na nota, o empresário afirma que fora agredido por Fernando com um dedo em seu rosto.

Segue a nota:

“Ontem, fui surpreendido com uma nova barreira na servidão e não se sabia até então, quem a tinha colocado naquele local. A barreira foi instalada numa área da União (Marinha), sem respeitar a acessibilidade das pessoas. O espaço lateral mínimo, deixado para passagem de pedestres, impede a circulação de obesos, cadeirantes ou qualquer pessoa com problema de mobilidade, o que fere, inclusive, o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que delimita um espaço recomendado de 1,50m e mínimo de 1,20m para a referida passagem. Em Barra Grande estamos cansados de ver proprietários de terrenos em frente ao mar, aumentarem suas áreas de SPU, tomarem quase toda a areia da praia e também servidões. Por conta das flagrantes irregularidades, tentei fazer a remoção da barreira, quando então aproximou-se um indivíduo muito mais alto e forte que eu (tenho 62 anos), colocou o dedo em riste no meu rosto, numa atitude completamente agressiva. Para defender minha integridade física, revidei àquela ação”.

O empresário finalizou a nota informando que contribui com município, gerando empregos e através de doações, visando sempre manter o lugar como o paraíso que é. Ele diz ainda que tem muito amor por Barra Grande e apesar de entender que a barreira colocada pelo município fere frontalmente à legislação federal com relação à acessibilidade, está disposto a ressarcir os prejuízos causados ao município, “solicitando antecipadamente que a barreira seja adequada às normas legais”, fecha a nota.