terça-feira, 13 de setembro de 2022

Piso da enfermagem: entidade de prefeitos prevê demissão de 32,5 mil

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgou ontem (12) um estudo que aponta um impacto de R$ 10,5 bilhões ao ano com o piso salarial dos enfermeiros.

Segundo a entidade, para honrar o piso salarial sem ampliar o montante total de recursos para essas folhas de pagamento, as prefeituras podem ter que demitir um quarto dos 143,3 mil profissionais de enfermagem ligados à Estratégia de Saúde da Família (ESF).

Nesse cenário, diz a CNM, a aplicação do piso da enfermagem poderia deixar 35 milhões de brasileiros sem assistência médica de qualidade. Os cálculos consideram apenas o cenário em que o orçamento para os salários da enfermagem permanece inalterado, sem fontes adicionais de financiamento (leia detalhes do estudo ao final desta reportagem).

A lei que fixa pisos salariais para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras foi aprovada em julho pelo Congresso e sancionada em agosto pelo presidente Jair Bolsonaro em agosto.

O texto do projeto, aprovado pela Câmara e pelo Senado, fixou em R$ 4.750 o piso nacional de enfermeiros dos setores público e privado, valor que serve de referência para o cálculo do mínimo salarial de técnicos de enfermagem (70%), auxiliares de enfermagem (50%) e parteiras (50%).

Em 4 de setembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso apontou risco ao sistema de saúde e suspendeu a lei que criou piso salarial para a enfermagem. Barroso atendeu a pedido de entidades do setor que indicaram risco de demissão em massa e de sobrecarga na rede (veja detalhes no vídeo abaixo). Na sexta-feira (9), Barroso votou por manter suspensa a lei.

Após a decisão de Barroso, parlamentares começaram a discutir uma solução para o financiamento. Estão entre as opções as correções da tabela do SUS, a desoneração da folha de pagamentos do setor e a compensação da dívida dos estados com a União.

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, disse que nenhuma das alternativas discutidas atendem às cidades. Ele também defendeu que o Fundo de Participação dos Municípios seja elevado em 1,5%. Parte deste aumento seria bancado por repasses na redistribuição do Fundo Constitucional do Distrito Federal. “Estamos procurando uma fonte que possa ter a solidariedade da União e dos estados”, afirmou.


O estudo da CNM

A CNM aponta que programas federais na área da saúde também podem ser atingidos sem uma fonte de custeio para o piso. "O impacto do piso da enfermagem, somente na Estratégia Saúde da Família, será superior a R$ 1,8 bilhão no primeiro ano", calculou a CNM.

Conforme o estudo, para manter os atuais R$ 6,1 bilhões em despesas com enfermagem, os municípios terão de descredenciar 11.849 equipes de atenção primária à saúde, uma redução de 23% do total, além de 32,5 mil profissionais de enfermagem.

Em entrevista nesta segunda, Paulo Ziulkoski reconheceu que as projeções para demissões são um "exercício de argumentação".

“É um exercício de argumentação, porque é preciso haver adequação ao orçamento e ao próprio gasto da saúde. Estamos dando um exemplo", disse

O levantamento da CNM aponta a região Nordeste como a região mais afetada pelo piso, com impacto de R$ 939 milhões no primeiro ano de vigência.

De acordo com a entidade, para cumprir as despesas com o piso, os municípios precisariam desligar 37% do total das equipes credenciadas de atenção primária à saúde e 17.963 profissionais de enfermagem.

Segundo a pesquisa, 17,9 milhões de moradores do Nordeste poderiam ficar sem as ações e os serviços básicos de saúde em um cenário sem financiamento adicional.

"Com a implementação do piso salarial da enfermagem, instituído pelo Congresso Nacional e pelo governo federal, sem indicar ou prever fontes de recursos financeiros para custeá-lo, a manutenção dos programas federais se torna inviável, não restando outra solução para manter equilíbrio econômico e financeiro das contas públicas municipais senão a adequação dos quantitativos de equipes e programas", afirmou a confederação. (Com informações do G1)

11 comentários:

  1. ISSO É UMA VERGONHA, O SALARIO DO TRABALHADOR O COMGRESSO NÃO AUTORIZA AUMENTO PARA A CATEGORIA DE ENFERMAGEM,SE FOSSE PARA DEPUTADOS OU SENADORES ELES APROVARIAM

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  2. Bando de prefeito descarados, pra roubar e fazer esquemas para enriquecerem eles sabem. As profissionais de enfermagem é quem seguram as pontas postos de saúde e hospitais.

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  3. Tudo por ganância da maioria dos hospitais. Muitos ricos, mas não querem repartir com quem, realmente, merece. É lei e deve ser cumprida. Nada de interferência para descumprimento da mesma.

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  4. eu quero e ver como funciona Hospital sem enfermeiros kkkkkkkkkkkkk tudo lorota de politico safado do PT mais acho e pouco tem um monte de enfermeiro retardado que vota em LULA ainda

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    1. QUEM RECEBE AUXILIO DE 600 VOTA NO PT,ESSE POVO ESTÁ IPNOTIZADO,BOLSONARO QUE É O CARA

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  5. Bastaria que se questionasse o seguinte: Quem é mais necessário aos cidadãos brasileiros, os enfermeiros ou os políticos? Qual a serventia de um vereador, seus assessores e suas mordomias para os miseráveis famintos? Por que o piso salarial de um profissional imprescindível à todas as classes da sociedade não pode ser atualizado para um nível razoável, enquanto os políticos ladrões reajustem seus ganhos milionários segundo sua vontade?

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  6. verdinho!! tomem vergonha em fazer uma matéria dessas...
    a enfermagem vem há anos sofrendo, veio a pandemia e foi a única classe que não teve a escolha de ficar em casa.
    sejam coerentes e imparciais.
    um médico chega a receber 50 ...60 mil reais para trabalhar 3 x por semana
    tomem vergonha na cara e façam uma matéria descente.
    quem pega em bosta, sangue e pus o dia todo é a enfermagem.

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  7. Deixa demitir e nenhum enfermeiro aceite contratação. Queria ver se os hospitais permitiriam os médicos exercerem o papel de enfermeiro. Em um instante acabariam as reclamações dessa classe.

    Demissão coletiva seria uma boa estratégia.

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  8. Verdinho ,publique uma matéria que venha agregar na sociedade....Não essas falácias desses políticos analfabetos ,que só servem para piorar ainda mais a situação do trabalhador brasileiro ...Bando de hipócrita safado...

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  9. Os enfermeiros são merecedores desse reajuste, porém é preciso ter orçamento para tal porque o impacto financeiro é grande. É preciso de verba, se não há orçamento as demissões são prováveis, isso é fato.
    Buscar por melhorias salariais é normal, agora forçar a barra é complicado.

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  10. A maioria dos enfermeiros e técnicos tem vários vínculos, isso não dá segurança de excelência no atendimento ao paciente nas unidades onde trabalham, pois chegam de um a plantão para outro cansados.

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