quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Indígenas acusados de matar líder de assentamento em Una serão julgados em júri popular

 
Indígenas acusados de homicídio qualificado, sequestro e cárcere privado serão julgados em júri popular, em Ilhéus, no sul da Bahia, a partir da próxima terça-feira (24). O júri foi designado pelo  juiz federal titular da Subseção Judiciária de Ilhéus, Lincoln Pinheiro Costa, a partir da ação penal proposta pelo Ministério Público Federal (MPF).

No total, o júri popular decidirá o destino de nove indígenas denunciados pelo assassinato de Juraci José dos Santos, em fevereiro de 2014, no sítio onde residia, localizado no assentamento Ipiranga, Distrito de Vila Brasil, município de Una-BA. O caso é analisado pela Justiça Federal por envolver indígenas. Ele já havia denunciado à Polícia Federal que recebia ameaças de morte.

Líder de assentamento alertou ministros sobre ameaça de morte

Segundo os autos, os acusados teriam invadido a casa da vítima, rendido a esposa e a enteada, então adolescente, que tiveram a liberdade restringida em uma pequena cozinha onde Juracy foi executado à queima roupa, com disparos de armas de fogo. O primeiro disparo teria sido efetuado por Cristiano Santos Souza. Ainda em vida, a vítima teve uma das orelhas decepada por um dos denunciados, que a levou do local do crime. 

De acordo com a denúncia, dois primos da vítima seriam os autores intelectuais do delito, pois já a vinham ameaçando constantemente. A punibilidade do indígena Cristiano Santos Souza foi extinta em razão do seu óbito, ocorrido em 04/09/2022. O juiz federal Lincoln Pinheiro Costa assegurou a participação dos réus no interrogatório uns dos outros.

Por motivo de segurança, fica limitada a presença de público a 140 pessoas, sendo 55 credenciadas pela acusação, 55 pela defesa e 30 reservadas à Justiça Federal. O Tribunal do Júri contará ainda com a participação de 25 jurados e 5 suplentes.

Bahia Notícias