sexta-feira, 13 de maio de 2022

Número de mortes violentas de pessoas LGBTI+ subiu 33,3% em um ano

Em 2021, houve no Brasil, pelo menos 316 mortes violentas de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersexo (LGBTI+). Esse número representa um aumento de 33,3% em relação ao ano anterior, quando foram 237 mortes. Os dados constam do Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil.

Entre os crimes ocorridos no ano passado, 262 foram homicídios (o que corresponde a 82,91% dos casos), 26 suicídios (8,23%), 23 latrocínios (7,28%) e 5 mortes por outras causas (1,58%).

O dossiê, produzido por meio do Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+, é resultado de uma parceria entre a Acontece Arte e Política LGBTI+, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT).

Realizado por meio de uma base de dados compartilhada entre essas três instituições, o trabalho contém os registros dos casos encontrados em notícias de jornais, portais eletrônicos e redes sociais. As violências ocorreram em diferentes ambientes, como doméstico, via pública, cárcere e local de trabalho.

“Apesar desse número já representar a grande perda de pessoas, apenas por sua identidade de gênero e/ou orientação sexual, temos indícios para presumir que esses dados ainda são subnotificados no Brasil”, divulgaram as entidades, que apontaram a para a ausência de dados governamentais como desafio para elaboração do dossiê.

Como o levantamento depende do reconhecimento da identidade de gênero e da orientação sexual das vítimas pelos veículos que reportam as mortes, muitos casos de violências praticadas contra pessoas LGBTI+ acabam não entrando na contabilização.

Perfis mais violentados

Os dois grupos que sofreram mais violência, reunindo 90,5% dos casos, foram os homens gays (45,89%), com um total de 145 mortes; e as travestis e mulheres trans (44,62%), com 141 mortes. As mulheres lésbicas representam 3,80% das mortes (12 casos); os homens trans e pessoas transmasculinas somam 2,53% dos casos (oito mortes).

Pessoas bissexuais (0,95%) e pessoas identificadas como outros segmentos (0,95%) tiveram 3 mortes cada grupo. Houve quatro pessoas cuja orientação sexual ou identidade de gênero não foi identificado, representando 1,27% do total, com 4 casos.

A idade das vítimas variou de 13 a 67 anos em 2021, sendo que a maioria das mortes ocorreu com jovens entre 20 e 29 anos (96 casos, o que representa 30,38% do total). As demais faixas etárias corresponderam às seguintes proporções: 22 pessoas com idade entre 10 a 19 anos

(6,96%); 68 pessoas entre 30 e 39 anos (21,52%); 36 pessoas entre 40 e 49 anos (11,39%); 21 pessoas entre 50 e 59 anos (6,65%); e 13 pessoas entre 60 e 69 anos (4,11%). Em 60 casos (18,99%), não foi possível identificar a idade.

Onze das vítimas eram adolescentes entre 13 e 17 anos. “Chamamos atenção para a idade da pessoa mais jovem, que era uma adolescente trans de 13 anos, tendo se tornado a mais jovem vítima de transfeminicídio no Brasil”, informou o dossiê.

A avaliação das entidades é que o cenário geral de violência contra essa população pouco mudou em relação a medidas efetivas de enfrentamento da LGBTIfobia por parte do Estado. “Mesmo em um cenário onde alcançamos conquistas consideráveis junto ao Poder Judiciário, percebemos a recorrente inércia do Legislativo e do Executivo ao se omitirem diante da LGBTIfobia, que segue acumulando vítimas e que permanece enraizada no estado e em toda a sociedade.”

Causa da morte

Segundo o dossiê, a maior parte das mortes ocorreu por esfaqueamento, com 91 casos (28,8% do total), em segundo lugar vieram mortes por arma de fogo, com 83 casos (26,27), seguida por espancamento, com 20 casos (6,33%), e asfixia, com 10 casos (3,16%). No total, foram identificadas 26 diferentes causas mortis de LGBTI+ no país.

A maioria das mortes ocorreu no período noturno, com 152 casos, o que representa 48,10% do total. Em 11,08%, as mortes foram em período diurno e, em 129 casos (40,82%), o período não foi identificado. “Esse dado indica a relevância das práticas profissionais – como a prostituição –, culturais e de lazer da população LGBTI+ realizadas no período da noite, o que demanda maior atenção do Poder Público na garantia da segurança desse grupo em situação de vulnerabilidade”, ressaltou o dossiê.

As regiões Nordeste e Sudeste tiveram 116 e 103 mortes violentas, respectivamente. As demais regiões ficaram em torno de 30 mortes cada uma: 36 no Centro-Oeste, 32 no Norte e 28 no Sul. Os estados que apresentaram maior número de mortes foram São Paulo (42), Bahia (30), Minas Gerais (27) e Rio de Janeiro (26), os quatro estados mais populosos do Brasil.

Suicídio

O levantamento revelou que o maior número de casos de suicídio ocorreu entre travestis e mulheres trans, com 38,46% dos casos (10 pessoas), e homens gays, com 30,77% do total (8). Em seguida, estão os homens trans e as pessoas de outros segmentos, com dois casos cada.

De acordo com as entidades que elaboraram o dossiê, o resultado “evidencia possíveis danos causados pela LGBTIfobia estrutural, que impacta significativamente a saúde mental das pessoas, podendo levar a intenso sofrimento ou mesmo à retirada da própria vida por pessoas em situação de vulnerabilidade”.

12 comentários:

  1. Tão com mimimi, 300 bichas mortas, não que deseje isso .
    Mas quantos pais de famílias morreram?
    Ademais eles procuram, como os de Itabuna ficam atrás de noias ou pobres pra tentar tirar proveito,
    Vê se os que são discretos morrem? Seja viado, agora se comporte.

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    1. Bicha é o que tá dentro,da sua barriga, (nunca se esqueça disso),quando for se referir aos homossexuais,entretanto,pessoas que tem esse mesmo pensamento seu é quem propaga a violência,no entanto,procure amar mais,para ser amado também,para depois não se deparar com um filho seu,fazendo vc "pagar a língua".abcos de paz!

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    2. Kkkkkkkkkkk é onda viu

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  2. Essa estatística deveria também averiguar se as mortes violentas tem a ver com a identidade sexual. porque são pessoas né isso? ou eu estou errado e o mundo está muito louco mesmo... com certeza vão culpar o Bolsonaro!!! triste mídia!!!

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  3. Num país onde morrem mais 60 mil pessoas por ano, a “exclusão” das tais comunidades LBGTDEFGHIJMNOPQRSTUVX e Z das mortes totais significa q a segurança feita pelos estados principalmente GOVERNADORES IRRESPONSÁVEIS não ligam para a vida NUNCA LIGARAM

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  4. A maioria, pra não dizer logo todos, ou estão envolvidos com o crime ou o próprio parceiro ou parceira sexual que matou.

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    1. Exatamente. Falou tudo

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    2. Estatística vaga. Só pra gerar mimimi mesmo. A maioria se mata entre eles. Vivem juntos e se desentendem, ou morrem durante programas, até em brigas pelo ponto de prostituição.

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    3. Pq os crimes de latrocínio tbm entram nessas estatísticas? O q tem a ver?

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  5. Os dados reais tem que buscar nas Policiais Civis e não em jornais aí fica dessa forma em dizer que todas as mortes foram nesse contexto.

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  6. vou contar uma pra vcs, sou gay, votei e vou votar no Bolsonaro, sabe pq? Pq essa mídia corrúpta do inferno não deixa o rapaz trbalhar...afffzz...essa estatística mesmo, não diz nada sobre a causa das mortes noticiada, o PT gosta de utilizar o movimento LGBT pra enher o cu de dinheiro e ainda usar a gente como massa de manobra...felizmente minha ficha caiu, espero que cai de muitos que estão nõ só lendo ess mensagem ms que no fundo sabe que verdadeiramente estamos em uma briga do bem contra o mal.

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  7. Parece que homossexuais não podem mais morrerem. Se está aumentando o número de homossexuais claro que a tendência é aumentar o número de mortes. Não estão morrendo por serem gays. Cadê a pesquisa informando a quantidade de mortes dos heterossexuais?

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