A pandemia do coronavírus alterou a rotina e frustrou os sonhos de mulheres que estão grávidas e de outras tantas que acabaram de ter bebês.
A necessidade de manter o isolamento social impõe a todas elas uma série de desafios, entre eles a solidão provocada pela distância física de parentes e amigos em um momento de profunda transformação na vida de uma mulher.
Essa é a maior dificuldade experimentada pela produtora cultural e pesquisadora Geise Oliveira, que está grávida de quase oito meses de um menino que se chamará Guilherme.
“Estou me sentindo solitária no sentido de não poder sair, não poder receber visitas, não poder sair para fazer o enxoval de Gui”, afirmou.
Monique Souza, que é advogada e microempresária, também sofre com a distância dos familiares.
A partir de meados de março, quando ela estava no quinto mês de gestação, a gravidez se tornou “virtual” até mesmo entre as pessoas mais próximas. Ela e Felipe Santana serão pais de gêmeas.
“Não vejo minha mãe há quase 2 meses, assim como minhas irmãs, que trabalham em hospitais e, querendo ou não, estão mais expostas. Somos muito próximas e isso me desestabiliza um pouco diariamente. Nós nos falamos por chamada de vídeo todos os dias, mas não é igual. Elas não puderam ver minha barriga crescer, sentir minhas filhas mexerem, acompanhar os exames de imagem”, afirmou.
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A solidão é só uma das consequências do isolamento experimentadas pelas futuras mamães. Sem poder sair de casa, exceto para realizar consultas e exames, outras atividades que são realizadas durante a gravidez, como o enxoval do bebê, foram descartadas.