quarta-feira, 23 de maio de 2018

Caso Mirasul: Suspeitos foram soltos, mas continuam na mira da polícia e podem voltar para a cadeia a qualquer momento


Ainda continua dando o que falar a liberdade “forçada” de Lucas Ferreira Santos, o "Luquinhas", e Walas de Souza Damasceno, o "Tiquinho", suspeitos no caso do assalto ao malote da Mirasul, ocorrido em plena luz do dia, na tarde da última segunda-feira (21), no bairro Santo Antônio, em Itabuna.
delegado Miguel Cicerelli
O delegado Miguel Cicerelli, titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos, em entrevista ao Verdinho, explicou o real motivo pelo qual os acusados foram soltos, após prestarem depoimento na noite de ontem (22), poucas horas depois de serem presos no bairro Nova Ferradas. 

Segundo Cicerelli, as testemunhas não tiverem certeza de quem eram eles, na hora do reconhecimento na delegacia. Além disso, o carro usado no assalto, um Voyage, de placa ODR-7834 (Vitória/Espírito Santo), não foi encontrado na residência de nenhum dos dois e sim na garagem da casa de um terceiro suspeito, identificado como Alexandre. Este também seria o dono da droga apreendida no imóvel. 
Sendo assim, a delegada plantonista entendeu que Tiquinho e Luquinhas não poderiam ser flagranteados por receptação (uma vez que o veículo é fruto de roubo), e por tráfico e os liberou por falta de provas. 

Impressões digitais 
Entretanto, a história não acabou por aí. Os dois homens, se pensam que estão livres para sempre, enganam-se. Eles continuam na mira da DRFR. O delegado informou que, inclusive, já pediu ao Departamento de Polícia Técnica a impressão digital no automóvel. “Confirmando a impressão digital deles, vou pedir a prisão preventiva”, adiantou Cicerelli. 
De acordo com ele, além de Tiquinho, Luquinhas, Alexandre, um quarto integrante do bando foi identificado e é conhecido pelo apelido de “Rato”. Todos eles são velhos conhecidos da polícia, com, pelo menos, quatro passagens por tráfico de drogas, porte ilegal de armas e roubo de carros (entre os quais um ocorrido na cidade de Arataca, com reconhecimento da vítima). “Caso sejam condenados, os quatro acusados podem sofrer uma pena de até 17 anos de prisão”, disse o delegado, que deve concluir o processo num prazo de 30 dias.

“Remando contra a maré”
As chamadas brechas nas leis brasileiras que acabam favorecendo, sobretudo, a criminalidade, foram duramente criticadas pelo delegado Cicerelli. “As leis são para soltar. A Justiça quer que solte. Os presídios não têm vagas. Eu gostaria de saber por que criminosos com várias passagens por roubo, porte de armas e tráfico de drogas têm o direito de responder ao processo em liberdade? Às vezes, acho que estamos remando contra a maré”.

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