No domingo passado (2), o Museu Nacional pegou fogo, perdendo artigos importantes e essenciais da história do Brasil. Reportagem do Fantástico veiculada neste domingo (9), mostra que o Ministério Público havia recebido duas denúncias sobre o risco de incêndio. O Museu fazia parte da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e sofria com falta de verbas para restauro e conservação do imóvel. No fim de julho passado, o Ministério Público (MP) recebeu uma denúncia anônima de alguém que se apresentou como arquiteto, informando sobre as condições precárias do prédio e o risco iminente de uma tragédia, além de fotos de "gambiarras" e fios desencapados.
No dia 4 de novembro de 2016, a diretora do Museu, Cláudia Rodrigues Carvalho, enviou ofício ao MP informando que o Museu estava com a quase totalidade do telhado recuperado, a parte elétrica havia sido reestruturada, novos quadros de força implantados, pára-raio instalado, a fachada frontal e o pátio interno central havia sido restaurados e o prédio contava com extintores de incêndio e monitoramento por câmeras. As reformas foram feitas após uma denúncia feita pelo arqueólogo e historiador Cláudio Prado de Mello, também enviada ao MP, que relata que as condições do prédio sempre foram muito precárias e que nem o Museu Nacional, nem outros seis museus, possuem alvará de funcionamento do Corpo de Bombeiros.
O atual diretor, Alexander Kellner, que assumiu o cargo no início deste ano, afirma que não havia nenhum motivo para suspeita de que houvesse problema na parte elétrica e que não havia fios desencapados no prédio. O Ministério Público chegou a entrar em contato com a UFRJ, que pediu mais prazo para responder. "Nesse meio tempo, o museu pegou fogo", afirma Solange Braga, procuradora da República do RJ. "Erramos", finaliza a procuradora, afirmando que se o MP tivesse sido mais duro, talvez o Museu ainda estivesse inteiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário