Acusado de matar a pedradas a jornalista Daniela Bispo dos Santos, no Caminho das Árvores, no ano passado, Mateus Viliam Oliveira Alecrim Dourado Araújo vai a júri popular, na próxima sexta-feira (19), no Fórum Ruy Barbosa, no 1º Juízo da 1ª Vara do Tribunal do Júri, em Salvador. O crime aconteceu na noite do dia 13 de novembro de 2017, no Edifício Catabas Empresarial, na Avenida Tancredo Neves, no Caminho das Árvores, na capital baiana.
O advogado criminalista e assistente de acusação, Osmar Palma, afirmou que o julgamento pode ser demorado. “Deve durar o dia todo e talvez até dois dias. Tudo irá depender dos debates, das testemunhas. Vamos sustentar a tese de homicídio qualificado, com hipóteses de aumento de pena. Espero justiça. Somente a justiça. Que mulheres parem de morrer e de sofrer violência pelo fato de serem mulheres”, afirma.
A expectativa do criminalista é que os jurados decidam pela pena máxima. “O homicídio qualificado tem pena que pode variar de 12 a 30 anos de prisão. Vamos buscar uma condenação máxima, e que o acusado aguarde recurso preso”. Detalhes do caso foram revelados por Mateus em audiência de custódia. Ele disse que era pressionado pela vítima para terminar o relacionamento que tinha com outra mulher. Os dois se conheceram há quatro anos, em uma empresa de call center. Mesmo depois de deixarem de trabalhar juntos, eles mantiveram a relação amorosa.
Aos colegas, antes de deixar o trabalho, no 1º andar, Daniela disse que compraria um remédio, mas nunca retornou. O corpo dela foi encontrado no dia seguinte, pela manhã, por uma equipe da 35ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM). Daniela caiu um lance de escadas, do 6º para o 5º andar. A jornalista tinha marcas de espancamento e perfurações causadas por uma faca.
Durante apresentação de Mateus para imprensa, a polícia disse que os dois marcaram um encontro no mesmo prédio em que a vítma trabalhava. Em seu relato, o acusado contou que no caminho pegou um paralelepípedo e partiu em dois. Um dos pedaços ele deixou no local, e o outro colocou na mochila. Na oportunidade, a delegada do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Milena Calmon, contou que Mateus conhecia os funcionários que trabalham na portaria, assim conseguiu entrar no edifício sem dificuldade.
A conversa do casal acabou em briga. Para polícia, o homem disse que inicialmente agrediu a mulher com socos, e depois deu várias pedradas. Para tentar se livrar de sinais do delito, Mateus trocou de camisa três vezes, no local do crime, no táxi, e fez uma terceira troca no ônibus. Na apresentação, Mateus contou estar arrependido. “Ela me ameaçou, estava me chantageando. Ela queria que eu terminasse o meu noivado. Disse que iria procurar minha noiva para contar tudo. Eu não estava aguentando mais”, afirmou. Toda movimentação dele foi registrada por meio de câmeras de segurança. Amigos também confirmaram para polícia que os dois tinham um relacionamento. Horas após o crime, enquanto as pessoas procuravam a jornalista, Mateus seguia para uma entrevista de emprego, quando foi preso.
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