sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Polícias Civil e Militar se unem no combate ao crime organizado em Itabuna e prendem suspeitos de ataques; número de mortes já ultrapassa o de 2017

Cerca de 10 pessoa haviam sido presas até o fechamento dessa matéria. A operação acontece num momento em que a cidade já registra quase 20 homicídios somente neste mês de novembro

Uma sequência de assassinatos ligados ao crime organizado desencadeou uma série de operações policiais em Itabuna, entre as quais a Reação – que uniu as Polícias Civil e Militar – na tentativa de conter a ação de traficantes perigosos pertencentes às facções que travaram uma verdadeira guerra entre si, pela disputa de poder. E nessa batalha sangrenta, já morreram quase 20 pessoas, a maioria, “soldados” do tráfico.

Na operação desta sexta-feira (30), militares e agentes civis sitiaram a cidade e conseguiram prender 10 homens, suspeitos de ataques recentes, que resultaram em mortes cruéis, como ao que ocorreu na madrugada da última quarta-feira (28), no bairro Banco Raso, onde um acusado de tráfico foi executado com mais de 30 tiros, após ter a casa invadida por uma quadrilha fortemente armada. 


Os presos 

As forças policiais fizeram uma varredura em vários bairros da cidade e prenderam bandidos considerados de alta periculosidade. No Lomanto, por exemplo, foi preso “Bolão”. No São Caetano, “Gordroga” não escapou e também foi detido. Os dois têm envolvimento com o crime e contam com passagens pela polícia.
Bolão
No Morro do Macaco, no bairro Fonseca, foram presos Jonatan Nunes Mendes, de 25 anos, e Wadson da Silva Santos, além de um adolescente de 17 anos.

Já no “Alto do Cuscuz”, no bairro Califórnia, os policiais prenderam José Roberto Santos Neves, o “Nego Beto”, de 38 anos. Ele, que foi flagrado com um revólver de calibre 38, já havia sido preso outras vezes por porte ilegal de arma e tráfico de drogas.


Duelo entre facções

Em entrevista ao Blog Verdinho Itabuna, o chefe da Polícia Civil, André Aragão, destacou o sucesso dessa parceria entre a Civil e a Militar. “Reunimos nossas forças para essa operação, que é a primeira de muitas que vamos fazer até o final do ano”, adiantou.

Segundo Aragão, a proposta de ações como essa é acalmar os ânimos da população, que está assustada com a onda de violência instalada com o “duelo” entre as facções rivais. “A gente está trabalhado muito em busca desses marginais, que estão aí cometendo crimes na cidade, principalmente, essa disputa entre as facções criminosas”, afirmou.

O coordenador da 6ª Coorpin falou, ainda, dos avanços acerca das investigações sobre os ataques, seguidos de mortes. “Já temos mais ou menos as autorias delineadas e a motivação. Claramente que, com a união entre Policia Militar e Civil no combate aos criminosos, a gente vai dar uma resposta nas próximas semanas. Vamos continuar com as operações. Acredito que a gente vai ter sucesso”, disse, confiante, o delegado.


“Estabilizar a cidade”

A reportagem do Verdinho também conversou com o comandante do 15º Batalhão, tenente-coronel Daniel Riccio. “Essa operação visa conter a onda de violência em Itabuna. A gente tem um gabinete de crise que identificada a escalada da violência e desencadeou essa operação, dessa vez integrada com a policia Civil. O Poder Judiciário nos forneceu alguns mandados de busca e apreensão de alguns alvos, que nós identificados que estariam praticando os ataques em Itabuna e cumprimos a todos eles”, esclareceu Riccio.

Ele explicou que, das 10 prisões, seis foram em flagrante e quatro delas foram em cumprimento a mandado de prisão. Um farto material foi apreendido, inclusive armas de fogo. “Queremos estabilizar a cidade no que diz respeito à segurança e vamos continuar trabalhando esses dias até que possamos notar que houve uma regressão na prática de atos criminosos”, assegurou.

E a polícia avisou: está na mira de muitos outros que já foram identificados.  “Não vamos admitir a escalada da violência. Vamos trabalhar diuturnamente e convidamos a comunidade para que continue nos ajudando. A denúncia é fundamental para nós. Ligue para o 190, se notar algum carro ou moto suspeitos ou mesmo uma pessoa suspeita, a qualquer hora, em qualquer lugar. Estamos trabalhando para a comunidade e ela são nossos olhos e ouvidos”, afirmou o comandante da PM. A operação envolveu, além dos agentes civis, diversas equipes da Polícia Militar, como Rondesp, Ceto, P2 e Cipe Cacaueira.


Estatísticas sangrentas

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), faltando praticamente um mês para terminar 2018, Itabuna já registrou mais homicídios do que em 2017, quando foram contabilizados 108 assassinatos.

Até o fechamento dessa matéria, o município havia computado 119 homicídios. Neste mês de novembro, 19 pessoas foram mortas, contra oito, assassinadas no mesmo período do ano passado.

A vítima mais recente da violência foi um adolescente de 17 anos, executado na madrugada desta sexta-feira (30), com, aproximadamente,  30 tiros, numa comunidade conhecida como Alto da Lua, bairro Mangabinha. José Júnior dos Santos, de acordo com a polícia, tinha envolvimento com o tráfico de drogas. Ele estava dormindo, quando os criminosos invadiram a casa e o executaram friamente, como aconteceu no caso de Sandoval Rodrigues Ferreira, no Banco Raso.

Os assassinos de José Júnior,  relataram testemunhas, estariam em um carro preto.

Atualizada às 23h38min
No final da tarde de sexta-feira (30), a 6ª Coorpin divulgou os nomes dos nove suspeitos presos durante a operação Brian/Reação, realizada durante todo o dia pelas Polícias Civil e Militar, em combate ao crime organizado.

Quatro pessoas foram detidas por força de mandados de prisão. São elas: Jhonny Santana Alves; Wadson da Silva Santos; Fabiano Ribeiro Cruz, o “Terror”; e Matheus Santos Silva, o “Teteu”, que durante o cumprimento do mandado, foi flagrado com entorpecentes, sendo autuado em flagrante por tráfico de drogas.

E por falar em flagrante, a polícia prendeu seis: Jonathan Nunes Mendes; Cleidson Souto Santos, o “Bolão”; José Wagner Batista Silva, o “Gordodroga”; Williams Souza Santos; e José Roberto Santos das Neves, o “Nego Beto”. Todos foram autuados por tráfico de drogas. Nego Beto também foi processado por porte ilegal de arma de fogo.

Apreensões 
A polícia divulgou ainda a lista de tudo o que foi apreendido na ação. Entre as apreensões, um revólver calibre 38 e seis munições do mesmo calibre.

Além disso, foram encontrados em poder dos suspeitos, 800 gramas de maconha; 1.400 gramas de cocaína; 500 gramas de crack; uma balança de precisão; sacos plásticos para embalar drogas; quatro embalagens de 1ml cada, contendo anabolizantes de testosterona; 12 celulares; um notebook Acer; uma luneta de longo alcance; uma central de vídeo monitoramento; um veículo GM Celta vermelho, de placa OKQ- 8942, e duas motos Honda Twister.

Como foi noticiado mais cedo, os suspeitos detidos durante a operação podem estar envolvidos nos ataques ocorridos em Itabuna. A ação, realizada em diversos pontos da cidade, envolveu equipes da Polícia Civil, CETO, Cipe Cacaueira, Rondesp Sul, TOR e Cavalaria.






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