O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) anunciou, em entrevista exclusiva à Folha de S. Paulo, que vai abrir mão do novo mandato legislativo. Ele foi reeleito com 24.295 votos e disse que não pretende voltar ao Brasil após as suas férias. O parlamentar explicou à publicação que sua maior motivação para desistir do novo mandato é a quantidade de ameaças que recebe. O número de mensagens hostis aumentou após o assassinato de sua correligionária Marielle Franco, em março de 2018. Desde então, Jean vive sob escolta policial.
Outra razão que o fez tomar esta decisão, segundo ele, é a divulgação de informações de que familiares de um ex-PM, suspeito de chefiar milícia investigada pela morte de Marielle, trabalharam para o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL). "Esse ambiente não é seguro para mim", afirmou Wyllys. Perguntado sobre a reação do PSOL à sua decisão de abrir mão do mandato, o parlamentar disse que o partido "lamentou, claro, mas apoia minha decisão". "O partido reconhece que de fato eu sou um alvo e me deu apoio na minha decisão de não voltar", detalhou o deputado.
O deputado informou que deve se dedicar à carreira acadêmica após o fim de suas férias. Ele é formado em jornalismo e é mestre em letras e linguística pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), além de ser professor em duas universidades particulares do Rio de Janeiro. Jean se pronunciou nas redes sociais Em seu perfil no Instagram, Jean Wyllys fez uma declaração a seus seguidores e eleitores: "Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios. Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé!"
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