Ataques a tiros, com pedras e com sal; invasões de policiais militares e de bandidos; ofensas na internet. Os casos de intolerância religiosa na Bahia, que cresceram 124% entre 2017 e 2018, têm se manifestado de diferentes formas. Mesmo assim, a brutalidade na invasão de seis homens armados ao terreiro Ilê Axé Ojisé Olodumare, a Casa do Mensageiro, em Barra do Pojuca, na cidade de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador, foi episódio que não se tinha notícia na Bahia, nos últimos anos – vale lembrar que o candomblé era ilegal até a década de 1940 e que Jorge Amado foi o autor da Lei de Liberdade de Culto, em 1946.
Na noite desse sábado (12), seis homens (ao menos dois deles armados) invadiram o terreiro, durante um culto sagrado a Oxalá. O babalorixá da casa e um fotógrafo foram agredidos com uma coronhada na cabeça, cada. Os bandidos ainda chegaram a tentar roubar celulares de pessoas que estavam incorporadas. De acordo com o professor André Nascimento dos Santos, da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e integrante da Comissão de Terreiros Tombados, há notícias de um caso semelhante em Olinda (PE), no ano passado.
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