sábado, 6 de abril de 2019

Golpes em vendas de terrenos e imóveis causam prejuízo milionário; entenda como age o falsário

Gidevaldo Silva de Queiroz
Nas últimas semanas, diversas pessoas registraram queixas contra um engenheiro que se apresenta por Júnior, e cujo nome verdadeiro é Gidevaldo Silva de Queiroz. Mediante as várias ocorrências registradas na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Itabuna – DRFR, a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o crime. Ele atua aplicando golpes em vendas de imóveis e terrenos, utilizando documentos falsificados e contando com o apoio de outras pessoas. Estima-se que o prejuízo das vítimas é superior a R$ 1 milhão.

A primeira queixa registrada foi em 2017, quando o criminoso, com uma procuração verdadeira, mas com dados falsos, originada em um cartório da cidade de Itororó, transferiu e vendeu diversos bens da vítima, que tinha falecido e deixado a mãe como herdeira. Nesse caso, a vítima, conseguiu cancelar em juízo toda escritura produzida a partir do golpe. Uma tabeliã de Itororó, identificada como Joelma, foi afastada, suspeita de participação direta na ação criminosa.

Nos outros casos, segundo a polícia, o acusado, com auxílio de laranjas, vendia terrenos baldios, de valor que transitava entre 50 e 100 mil reais, preferencialmente localizados no Bairro Góes Calmon, também fazendo uso de procuração verdadeira, com dados falsos, para então transferir a titularidade dos terrenos. Uma dessas vítimas contou à nossa equipe como foi ludibriada por Gidevaldo. Veja, na íntegra, o relato desta vítima:

"Adquirimos inicialmente, o primeiro terreno, o qual demos como parte de pagamento nosso carro e fizemos transferências e temos comprovantes, pra conta bancária de Tatiane Alves Roses Lopes, que conta no nosso contrato como esposa de Gidevaldo. Essa documentação do primeiro terreno, embora falsa, passou por todos os órgãos, prefeitura, cartórios até que registramos em nosso nome. Confiantes pela tranquilidade da resolução do primeiro lote, ousamos e adquirimos um segundo terreno dando novamente um carro como parte de pagamento e fazendo transferências, as quais temos também comprovantes. Nesse segundo terreno o Gidevaldo tenta a todo custo nos convencer a fazer a papelada do terreno como doação, foi quando começamos a estranhar a situação. Nos negamos e procuramos a prefeitura para dar início ao processo de registro do terreno, levantando taxas e fazendo seus pagamentos. Foi quando, coincidentemente, um familiar do real dono do terreno, que trabalha lá desconheceu a venda do terreno do tio. Deixamos com ele o nosso contato pra que a família, real dona do terreno, nos procurasse e assim foi. Após contato da família, constatamos a fraude ao confrontar a documentação em mãos com a realidade deles. Procuração com assinatura falsificada, posto que o senhor, com idade avançada, real proprietário do terreno não tem condição alguma de assinar por motivo de doença; certidão de casamento constando datas falsas e nomes de filhos que não condizem com a realidade, dentre vários outros papéis com fé pública do cartório de Itororó e assinatura da tabeliã de lá. Desde então, tentamos de várias formas negociar a devolução do nosso dinheiro e sempre nos deparamos com mentiras e enrolação. Demos queixa no final de Janeiro e o advogado dele, George Cardoso, se apresentou à nós na delegacia para intermediar um distrato entre as partes. No entanto, após muito desgaste de prazos furados, ausência de soluções e falta de contato conosco, fomos bloqueados no aplicativo WhatsApp por ambos. O Gidevaldo, que se apresenta as vítimas como “Júnior”, mudou-se de seu antigo endereço. Fora todo desgaste que essa situação nos trouxe, estamos nos sentindo extremamente frustrados em ver anos de trabalho, esforços e economias serem arrancados de nós dessa forma. Nós passamos noites e noites na frente do computador pesquisando projetos com nossos filhos ansiosos e planejando começar a construir ainda esse ano. Triste demais saber que toda aquela alegria se transformou num pesadelo. Pedimos às autoridades que deem atenção ao caso. Somos trabalhadores, pessoas idôneas e honestas. Estamos confiantes que a lei e os órgãos competentes nos fará ter o nosso sonho de volta!".

Com informações do iPolitica.blog



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