quarta-feira, 29 de maio de 2019

Salvador: Correntes marítimas ficam mais fortes no outono

Ainda nem chegamos no fim de maio, e a Coordenadoria de Salvamento Marítimo (Salvamar), já registrou 528 ocorrências, apenas este ano, no trecho entre o Jardim de Alah e Ipitanga, sendo que três pessoas foram a óbito. As mortes aconteceram nas praias de Piatã, Mordomia e Pedra do sal. Em 2018, foram registradas 990 ocorrências e duas mortes.

Situação que se deve, principalmente, pela instabilidade da estação do outono, fase de transição entre verão e inverno, onde muita gente ainda frequenta as praias de Salvador. Nessa época, as correntes marítimas e as correntes de retorno ficam mais fortes, devido aos ventos, fazendo com que os banhistas fiquem mais suscetíveis ao afogamento.



Uma dica da (Salvamar), vinculada à Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), é também dobrar a atenção com as crianças. “Os pequenos têm o sistema imunológico em formação, por isso, eles estão mais vulneráveis a contrair hepatite, dermatites, infecções de pele e leptospirose entre outras patologias comuns ao período”, afirma João Luís Moraes, coordenador da Salvamar.

Banhistas

Pela primeira vez em Salvador, o casal de turistas vindo de São Paulo, Edna Aparecida, 50 anos, e Marco Antônio, 51 anos, estão muito felizes em realizar o projeto de passarem as férias no litoral da Bahia. O casal, fala da beleza do mar, na orla da capital, mas sabem dos riscos que correm na hora de entrarem na água.

“Ficamos atentos quando queremos tomar banho de mar. Sabemos que a beleza das praias, podem trazer muitos perigos. Neste período do ano, tem muito vento e as águas ficam de cor escura também. Visitamos as praias do interior do estado e encontramos a mesma situação, muito vento e águas agitadas”, relatou Marco Antônio.

O coordenador da Salvamar, João Luís Moraes não recomenda o banho de mar neste período(outono/inverno). Ele explica que, a água pode causar diversos tipos de doenças, como: doenças de pele, leptospirose, hepatites, entre outras, e aqueles que realmente forem entrar na água, procurem orientação de algum profissional salva-vidas.

“O profissional irá indicar o local mais seguro para o banho. Aqueles que forem a praia e não tiver salva vida, devem tomar o banho, até a faixa da cintura. Em caso de afogamentos, nunca uma segunda pessoa entrar para ajudar, a pessoa que estiver se afogando, deverá manter a calma, nunca nadar contra a corrente, sinalizar que precisa de ajuda e esperar o resgate”, recomenda o coordenador.

O ideal, segundo João Luís Moraes, é evitar o banho de mar nesses meses. Mas se a opção é ir à praia, é fundamental que o banhista procure um local que tenha salva-vidas e se informe sobre as condições do local.

A Salvamar tem um efetivo de 241 salva-vidas, na extensão que vai do Jardim de Alah a Ipitanga, distribuídos por 32 mirantes e seis barracas móveis. Os postos da Salvamar funcionam no período de 8h às 18h, exceto quando há treinamento dos colaboradores, nestes dias, a operação começa às 9h.

Chuva

A explicação para o grande volume de chuva, mesmo nos dias em que o sol tem dado o ar da graça, não tem ligação nenhuma com o humor de São Pedro. Primeiro que, segundo o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), o período de março a julho é mesmo o que mais chove na Bahia.

Somado a isso, as águas do Oceano Atlântico, superaquecidas devido à quentura do verão que acabou, colaboram para a formação de nuvens que são levadas por ventos úmidos até a faixa centro-leste do estado, especialmente nas regiões mais próximas ao litoral. É o caso de Salvador.

O Inema também explica que, apesar do mau tempo, o outono tem algumas características típicas do verão, como nuvens convectivas intensas, que provocam chuvas rápidas, mas intensas. O Inema acrescenta que as chuvas deste período são, em geral, acompanhadas por raios e rajadas de vento.

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