quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Rui Costa apoia Lula após carta em que rejeita semiaberto

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), manifestou apoio a Lula após o ex-presidente divulgar uma carta endereçada "ao povo brasileiro" em que rejeita o benefício da progressão de pena proposto pelo Ministério Público Federal (MPF) do Paraná. O apoio ocorre dias depois de o gestor baiano ter um entrevero com Lula por causa de declarações polêmicas do chefe do Palácio de Ondina à revista Veja. 

“Manifesto todo meu apoio ao presidente Lula, que mais uma vez mostrou serenidade na carta ao povo brasileiro. Esperamos uma correção por parte da Justiça o mais rapidamente possível”, afirmou Rui Costa, em uma postagem nas redes sociais. O governador causou mal-estar dentro do PT após dizer que o seu partido deveria esquecer o “Lula Livre” na hora de firmar alianças partidárias. Lula reagiu e disse que o baiano quando “dá entrevista é a partir da lógica do mundo dele”. “Mas ele tem que pensar um pouco no Brasil, para ele perceber que as pessoas que estão com ele na Bahia, não estão com o PT no maior lugar do Brasil, porque as pessoas têm outros compromissos”, declarou o ex-presidente.

Lula está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde o dia 7 de abril de 2018. A pena dele foi fixada em 8 anos, 10 meses e 20 dias pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo sobre o caso do triplex em Guarujá, em São Paulo. No regime semiaberto, o ex-presidente poderia, em tese, cumprir a pena em casa mediante certas condições – como o uso de tornozoleira eletrônica, por exemplo.

Na carta, Lula afirma que "não descansarei enquanto a verdade e a Justiça não voltarem a prevalecer". Em outro trecho, diz que: "não troco minha dignidade pela minha liberdade”. “Tudo o que os procuradores da Lava Jato realmente deveriam fazer é pedir desculpas ao povo brasileiro, aos milhões de desempregados e à minha família, pelo mal que fizeram à Democracia, a Justiça e ao País. Quero que saibam que não aceito barganhar meus direitos e minha liberdade. Já demonstrei que são falsas as acusações que me fizeram. São eles e não eu que estão presos às mentiras que contaram ao Brasil e ao mundo. Diante das arbitrariedades cometidas pelos procuradores e por Sérgio Moro, cabe agora a Suprema Corte corrigir o que está errado, para que haja Justiça independente e imparcial. Como é devido a todo cidadão. Tenho plena consciência das decisões que tomei nesse processo e não descansarei enquanto a verdade e a Justiça não voltarem a prevalecer”, escreveu.

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