sábado, 18 de abril de 2020

Morte do funkeiro MC Dumel alerta para a obesidade como fator de risco da Covid-19

Das 36 pessoas que morreram por coronavírus na Bahia, apenas três estão abaixo da casa dos 30 anos, entre elas, o funkeiro MC Dumel, que faleceu na última quinta-feira. Entre os marcadores de risco que tornam a doença letal, ele apresentava obesidade.

Diego Albert Silveira Santos, nome de batismo do artista, foi diagnosticado com a Covid-19 no último domingo (12). Ele morava em Lauro de Freiras e faleceu no Hospital Couto Maia, em Salvador.

A obesidade é uma doença crônica, que se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura corporal. Estima-se que existam, no Brasil, mais de 20 milhões de pessoas obesas.

O maior problema enfrentado pelos obesos é a comorbidade, ou seja, quando há pelo menos duas doenças associadas. Por exemplo: além de obeso, o paciente também sofre de diabetes ou hipertensão.




Entre os pacientes atendidos pelo Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), 80% dos obesos são hipertensos e 75% são diabéticos. De acordo com a coordenadora do Núcleo de Obesidade do Cedeba, Teresa Arruti, os números mostram que muitas das vítimas fatais do coronavírus que não são idosas têm histórico de obesidade.

Essa semana, um dia antes da morte de Dumel, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) havia repercutido um estudo feito pelo pesquisador norte-americano Christopher Petrilli, que revela que idade e obesidade são os principais fatores de risco associados à Covid-19. Mais de 4 mil pessoas infectadas pelo coronavírus participaram da pesquisa.

Além de doenças como diabetes e hipertensão, outro quadro que acomete os obesos são problemas pulmonares crônicos, outro fator de risco relacionado à Covid-19.

“Como eles têm um comprometimento do aparelho respiratório, eles são muito mais suscetíveis. E a gente sabe que o corona tem uma agressão primária contra o aparelho respiratório, contra o pulmão”, disse Teresa Arruti.

Ele pode não ter nenhuma outra patologia, mas ele tem apneia. Ele ronca. Quando você faz uma polissonografia nesse paciente, ele tem paradas respiratórias durante o sono. Aquele ronco, aquela parada, já é um comprometimento, uma baixa de oxigenação”.

O Cedeba está acompanhando os pacientes obesos pelo telefone, inclusive realizando questionários para saber se algum deles apresenta sintoma de coronavírus.

“Estamos ligando para saber como o paciente está, se está precisando de alguma coisa, se tem sintoma de gripe. Se precisar ir no posto para algo, a gente resolve. O que puder resolver por telefone, a gente vai resolver”, disse.

Até o momento, nenhum dos pacientes apresentou sintomas.

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