Uma organização autônoma encabeçada por pessoas de comunidades está engajada no combate ao coronavírus dentro das unidades prisionais de Salvador, arrecadando e distribuindo produtos de limpeza, itens de higiene pessoal e oferecendo palestras sobre a Covid-19.
A "Reaja" surgiu em 2005 com o objetivo de lutar contra o genocídio do povo negro, sendo uma das bandeiras a causa antiprisional, com projetos que levam artistas, intelectuais e ações culturais para dentro dos presídios.
Tão logo as primeiras medidas de isolamento foram adotadas na Bahia, a organização percebeu que precisaria atuar junto aos presos para tentar evitar um surto de coronavírus em locais onde há um aglomerado de pessoas confinadas, como explica o militante da Reaja, Hamilton Borges.
Com recursos próprios e algumas doações, a Reaja conseguiu arrecadar R$ 13 mil, que estão destinados a compra de itens essenciais no combate à Covid-19.
A organização já realizou a entrega em todas as unidades prisionais de Salvador, além de fazer um trabalho de educação com os detentos.
“A gente comprou equipamentos, material de higiene pessoal (sabonetes), material de higiene dos locais (água sanitária, sabão líquido para lavar as mãos) e fomos em cada unidade, falamos com os prisioneiros, demos orientações sobre como agir, falamos que o fato de o governo ter cancelado as visitas durante a quarentena faz bem a eles. A gente sabe que o governo não tem uma prioridade com a população carcerária, mas, nesse caso, a gente não poderia ser irresponsável e dizer que era para os familiares visitarem, porque eles levariam para dentro da cadeia a possibilidade de infecção”, disse Hamilton.
As quatro unidades prisionais ajudadas pelo Reaja em Salvador:
Conjunto Penal Feminino (unidade de condenadas e provisórias)
Penitenciária Lemos de Brito (Módulos I, II, II e IV)
Casa de Detenção (incluindo o anexo)
Colônia Penal de Castelo Branco (dois raios e a ala branca)
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