O Ministério Público da Bahia (MP-BA), que investiga denúncias de abusos sexual e psicológico contra o líder espiritual Jair Tércio Cunha Costa, de 63 anos, ex-grão-mestre da Grande Loja Maçônica do estado, informou nesta quinta-feira (27) ao Metro1 que está em fase de finalização das oitivas das testemunhas.
As denúncias foram feitas à Ouvidoria das mulheres, órgão do Conselho Nacional do Ministério Público, e ao Projeto Justiceiras por 14 mulheres, que participavam dos encontros da seita de Jair Tércio.
Uma das vítimas, Tatiana de Amorim Badaró relata ter sofrido abusos por parte do líder espiritual entre 2002 e 2014. "Os abusos sexuais demoraram quatro anos para começar. Eu chego em 2002, quando eu começo a namorar com Vitor, em 2003 eu engravido e aí em 2004 vou fazer o vestibular, quero fazer Medicina, ele diz que não porque eu não tenho espiritualização suficiente e então eu preciso me educar porque eu preciso moralizar, porque eu sou muito promíscua, porque eu, aos 17 anos, já tinha estragado toda minha encarnação porque teria errado demais. A chance de diminuir os meus carmas era dedicar minha vida à obra divina, que era a Fundação Ocidente e ele", contou a pedagoga em entrevista à Rádio Metrópole no dia 3 de agosto.
Assim como a pedagoga, outras mulheres prestaram depoimentos parecidos de opressão psicológica, ameaças e estupro. Uma das denúncias é de abusos sexuais contra uma menor de idade.
O advogado de Jair Tércio, Fabiano Pimentel, negou os estupros, mas confirmou as relações sexuais, durante entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, no dia 2 de agosto. Segundo ele, "por ser uma pessoa solteira, um homem solteiro, o líder teve alguns relacionamentos amorosos, mas que em nenhum momento houve qualquer tipo de violência seja psicológica ou física a ensejar qualquer tipo de crime de estupro ou importunação nesse sentido". Em nota, a Grande Loja Maçônica da Bahia disse ter suspendido os direitos maçônicos de Jair Tércio. "A maçonaria não tem responsabilidade nenhuma com relação aos atos dessa pessoa", afirma o comunicado.
Ainda de acordo com o MP-BA, Jair Tércio ainda não foi ouvido.
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