Cientistas americanos detectaram pela primeira vez microplásticos e nanoplásticos em órgãos e tecidos humanos, de acordo com um estudo a se apresentado nesta segunda-feira (17/08) no congresso virtual de outono da Sociedade Americana de Química (ACS, na sigla em inglês).
Pesquisadores da Universidade do Arizona, nos EUA, encontraram o material em todas as 47 amostras de pulmões, fígado, fígado, baço e rins que examinaram. Eles consideram a descoberta preocupante, ainda que falte informação sobre os efeitos dessas partículas para a saúde humana.
Eles obtiveram as mostras de um banco de tecidos criado para estudar doenças neurodegenerativas. O método analítico que desenvolveram permitiu que eles identificassem dezenas de tipos de plástico nos tecidos humanos, incluindo policarbonato (PC), tereftalato de polietileno (PET), usado em garrafas plásticas, e polietileno (PE), usado para sacos plásticos.
Já o bisfenol A (BPA), o composto utilizado na fabricação de plástico e que ainda é usado em recipientes para alimentos, apesar das preocupações com os danos que causa à saúde, foi encontrado em todas as 47 amostras.
Pesquisas em animais têm associado a exposição a microplásticos e nanoplásticos a infertilidade, inflamações e câncer, mas os resultados para a saúde de pessoas ainda são pouco conhecidos.
A ACS lembra, num documento sobre a investigação, que a ingestão de partículas de plástico por animais e seres humanos tem consequências ainda desconhecidas para a saúde.
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