O ex-prefeito de Itabuna, Claudevane Leite, o Vane do Renascer, foi o entrevistado do Balanço Geral, na tarde de terça-feira (11), apresentado por Tom Ribeiro. Vane, que é pré-candidato, fez um balanço dos quatro anos em que esteve a frente do Centro Administrativo Firmino Alves. Pontuou sobre suas qualidades como gestor e as dificuldades em governar uma cidade que na época foi classificada como inviável com uma dívida de R$ 500 milhões.
Na ocasião, Vane ressaltou pontos importantes e esclarecedores, comparando sua administração com outras passadas. “Logo que assumi o governo de Itabuna, equilibramos os gastos com o lixo, combustível, folha de pessoal, para finalmente colocar a cidade nos trilhos, e disse na época que eram necessários vinte anos de gestão séria para isso acontecer”. No exercício de prefeito, Vane reduziu seu salário, do vice, secretários e de outros cargos.
Na geração de emprego e renda, atraiu empresas como a Tel - Call Center que absorveu duas mil pessoas em postos de trabalho, além de dialogar com indústrias para sua permanência na cidade, garantindo o emprego de pais e mães de família. “Em 2013, segundo dados, eram menos de mil Microempreendedores Individuais (MEIs). Em 2016 saltamos para oito mil. Isso me redeu uma homenagem nacional do Sebrae”.
Vane contou que uma das suas principais marcas é a honestidade, ao frisar que possui uma história de trabalho e serviços prestados a Itabuna de muito tempo e tem convicção que seu nome será reconhecido. “A população precisa saber que quando assumi o governo, a folha de pagamento da Prefeitura era comprometida em 83%, ou seja, a cada 100 reais que entrava, 83 reais era para pagamento da folha. Deixamos com 49%”, lembrou do feito.
O ex-prefeito comentou que os recursos deixados nos cofres públicos não foram utilizados como deveriam, principalmente para tocar as obras que estavam em andamento. “Recentemente a imprensa local fez um comparativo da atual gestão com a nossa e chegou a um resultado que ultrapassava a casa dos R$ 104 milhões, somente em contratos com empresas de lixo, combustível e de cargos contratados e comissionados”, denuncia Vane.
Social – Na oportunidade, Vane avaliou de forma positiva, a atuação nos programas sociais, culturais e esportivos, com atendimento para milhares de jovens, incluindo alunos do Ballet Bolshoi, acolhimento de sete mil gestantes, além de duas unidades do Restaurante Popular. Lembrou ainda que reformou dezenas de quadras esportivas, promoveu feiras literárias e implantou o CEU – Centro de Artes e Esportes Unificados, hoje abandonado.
Na sua avaliação, um dos maiores problemas enfrentados pelas cidades é a falta de mobilidade urbana. Vane citou que durante seu mandato, construiu rotatórias e lombadas nas principais vias, realizou mudanças no trânsito em trechos conflitantes, realizou uma licitação do transporte público, um feito nunca ocorrido no município, ainda a regularização da atividade de mototaxistas, operacionalização da Zona Azul e a implantação da Escola Municipal de Trânsito.
Nas palavras do pré-candidato, Itabuna já foi considerada um polo comercial e de serviços. “De fato, a falta de água sempre foi uma das principais preocupações dos gestores e nada se resolvia. A nova Barragem do Rio Colônia foi uma conquista nossa e hoje em pleno funcionamento. Adquirimos com recursos próprios uma patrulha mecânica para melhoria dos acessos aos bairros rurais e distritos, a fim de facilitar o escoamento da produção do campo”, celebrou.
Saúde – A Saúde foi outro ponto destacado pelo apresentador. O Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães (HBLEM) era considerado a ‘casa da morte’, mas que na administração de Vane, o equipamento ganhou um outro olhar. “No passado se fechavam leitos no hospital – nós reabrimos e cuidamos do povo não só de Itabuna, foram mais de oitenta municípios que precisavam de atenção e cuidados de saúde”, registrou Vane.
Durante o programa, o apresentador lembrou também que o ex-prefeito Vane havia administrado duas crises alarmantes no município. A primeira foi à crise causada pelo mosquito Aedes aegypti – e a segunda, a crise hídrica provocada pela falta de chuva na região sul da Bahia. O ex-prefeito disse que antes de 2013, Itabuna havia perdido a Gestão Plena de Saúde e os recursos que chegavam não eram administrados pelo Município.
“Com fruto de muito esforço e competência técnica, conseguimos recuperar a Gestão Plena de Saúde. O valor disponibilizado para gerir era de 1,5 milhão. Acreditem! Deixei com 3,3 milhões, ou seja, mais do que dobrei os recursos, justamente por ter respeito com a Coisa Pública, e por isso, moralizei o Hospital de Base e coloquei para funcionar 100% dos leitos, mas o servidor da saúde sabe do que estou dizendo”, sublinhou Vane.
Mosquito – A Organização Mundial da Saúde – OMS prevê que é tolerável uma infestação predial de 1% num município. “No entanto, herdamos uma cidade com 27,5%, o maior percentual registrado da região. Trabalhamos firme com o dr. Paulo Bicalho, a fim de diminuir esse cenário. Foi aí que promovemos um verdadeiro ‘faxinaço’ nos bairros de Itabuna, porque já era previsto que um terço da população da cidade iria adoecer”, argumentou.
Na época, Vane implantou um hospital de campanha que ofertou atendimento para mais de 60 municípios. Apesar da epidemia, nenhuma vida foi tirada. “Não foi fácil gestar uma cidade com mais de 220 mil habitantes, tendo que abastecer diariamente escolas, postos de saúde, hospitais e penitenciária. Fizemos um planejamento estratégico e executamos com responsabilidade as ações até superarmos a maior crise hídrica da história de Itabuna”, comemorou.
Pandemia – Vane voltou a denunciar a falta de uma atuação dura e racional da atual gestão. “Estamos enfrentando a pandemia da pior maneira possível”, lamentou. “Itabuna já ultrapassou seis mil casos confirmados da doença e a soma de mais 140 óbitos. Tem uma campanha nas redes sociais para reabertura do Hospital São Lucas, fechado pelo governo que aí está, sem falar no fechamento do CEMEPI. Não podemos mais errar”, conclamou.
Vane foi enfático ao afirmar que faltou articulação do governo municipal no preparo da cidade, quando o Coronavírus ainda era uma epidemia em Wuhan, na China. Acrescentou que o crescimento da doença, mostrou a falta de preparo da gestão em lidar com a saúde. “A Prefeitura tem hoje mais de 60 milhões em caixa, mas as ações demoram para acontecer. Muitos pacientes precisavam de leitos de UTI e tiveram que sair de Itabuna para outras cidades”.
Por fim, Tom Ribeiro questionou o que houve de errado com a construção do Shopping Popular. Vane disse que realizou muitas coisas que Itabuna não tinha, mas que passou a ter – o Shopping Popular foi uma delas. “Licitamos e começamos a obra. Houve fiscalização, contudo, a construtora responsável pela obra errou no último estágio e logo foi notificada. A empresa se comprometeu em realizar os ajustes que fossem necessários para conclusão”, explicou.
“É importante frisar que para isso, deixei a soma de 400 mil reais para que a atual gestão terminasse de vez a obra, o que não ocorreu, preferindo optar em gastar para demolir o prédio, o que foi classificado como um completo desrespeito com o dinheiro público, sobretudo com aqueles que receberiam da Prefeitura Municipal um equipamento tão importante para o desenvolvimento das suas atividades econômicas”.
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