O governo da Bahia concluiu na terça-feira (8) o acordo de confidencialidade com o governo da Rússia para que todas as informações científicas da vacina contra a Covid-19 russa "Sputinik V" sejam repassadas para a Bahiafarma. Na prática, o acordo marca um avanço nas negociações entre Rússia e Bahia, que a partir de agora poderá ter acesso à de tecnologia usada na produção do imunizante.
De acordo com o governo, o próximo passo é a instituição decidir se vai dar seguimento no projeto. O protocolo do governo russo será submetido ao comitê de ética do Instituto Couto Maia, depois ao Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conepe), em Brasília - e também à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Nós estamos em negociação com a Rússia já há duas semanas. Semana passada nós tivemos duas reuniões, uma na quinta e uma na sexta. E nós assinamos um, já havíamos assinado um memorando de entendimentos visando iniciar as tratativas pra testar aqui no Brasil a vacina russa Sputinik V em 500 sujeitos, em 500 participantes", disse o secretário de saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas.
"E ontem nós concluímos o acordo de confidencialidade que é um documento em que a gente se compromete a receber informações sigilosas deles, tratar de forma interna, confidencial, e a partir disso decidirmos, com base no que a gente vai ver, se a gente quer dar seguimento no projeto"
"Confirmando isso, nós iremos submeter o protocolo ao comitê de Ética e Pesquisa do Instituto Couto Maia, na sequência, à Comissão de Ética e Pesquisa, Conepe em Brasília, e também à Agência Nacional de Vigilância em Saúde, a Anvisa. Se eles aprovarem os estudos, o protocolo, dentro de um mês a gente pretende iniciar esse estudo da vacina russa aqui no estado da Bahia", explicou o secretário de saúde.
Caso haja aprovação entre todas as partes, o governo pretende iniciar o estudo da vacina russa na Bahia dentro de um mês.
Na sexta-feira (4), um estudo com resultados preliminares publicado na revista científica "The Lancet", uma das mais importantes do mundo, indicou que a vacina da Rússia para a Covid-19 não teve efeitos adversos e induziu resposta imune. Os cientistas russos reconheceram a necessidade de mais testes para comprovar a eficácia da vacina.
Chamada de "Sputnik V", a imunização foi registrada no mês passado na Rússia, mas a falta de estudos publicados sobre os testes gerou desconfiança entre a comunidade internacional.
No Brasil, o governo do Paraná firmou uma parceria para desenvolver a vacina russa. Os testes no país devem começar em outubro e dependem da liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Rússia liberou sua vacina contra a Covid-19 para o público em geral, anunciou o Ministério da Saúde do país na terça-feira (8).
Segundo o comunicado, o primeiro lote de vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya de Epidemiologia e Microbiologia, passou nos testes de qualidade e foi liberada para a população civil. O Ministério diz ainda que a entrega de fato dos primeiros lotes está prevista para um futuro próximo, mas não especifica datas.
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