O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mudou o discurso e admitiu em conversa com apoiadores, em Brasília, na noite desta sexta-feira (05), que pode tomar a vacina contra a Covid-19. "Eu já tive o vírus vivo, então estou imunizado. Deixa outro tomar a vacina no meu lugar. Lá na frente, lá na frente, depois que todo mundo tomar... Se eu resolver tomar, porque no que depender de mim é voluntário, eu tomarei", disse ele, em vídeo publicado em um canal bolsonarista no YouTube.
Bolsonaro foi diagnosticado com a doença em julho do ano passado, mas cientistas ainda não sabem dizer por quanto tempo as pessoas ficam protegidas de se infectar novamente. Com isso, o fato de ter se imunizado contra o vírus, como ele mesmo diz, não significa que não deva tomar a vacina. Em dezembro, Bolsonaro chegou a dizer durante evento em Porto Seguro (BA) que não tomaria a vacina e criticou a obrigatoriedade da imunização: "Já tenho anticorpos. Pra que tomar a vacina de novo?".
No mês passado, o diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Antonio Barra Torresquis convidou o presidente para tomar o imunizante, durante participação de live semanal realizada nas redes sociais. "Vai ter uma moeda de troca. Quero saber se o senhor está disposto... É a recíproca". Bolsonaro então sorriu e disse: "sem contrapartida", fazendo o sinal negativo com a cabeça.
O sigilo à carteira de vacinação de Bolsonaro foi decretado em novembro do ano passado após pedido de acesso feito por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) pela revista Época.
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