Um motorista por aplicativo denunciou ter sido vítima de injúria racial após negar pedido de manobra indevida feito por uma cliente, durante uma corrida realizada no fim da manhã desta terça-feira (6), em Salvador. O momento foi registrado por uma câmera de celular. [Assista ao vídeo acima]
No vídeo, é possível ver que a mulher, acompanhada de uma criança, desce do carro enquanto chama a vítima de "desgraçado" e "preto".
"Ela começou a me ofender de preto desgraçado, disse que eu estava na merda, por isso estava rodando Uber. Disse que eu peguei o dinheiro dela sem levá-la ao destino", relatou Noelson Morais.
O motorista de 33 anos conta que pegou a passageira em frente ao Shopping da Bahia, com destino ao Salvador Shopping. Segundo ele, a cliente pediu que desse "roubadinha" no trânsito, ato infracional, para chegar ao local mais rápido. No entanto, ele recusou a solicitação.
"Falei para ela que não tinha como e ela começou a argumentar que estava pagando. Então ,eu disse que o carro era meu, não da Uber, e que se eu fosse pela calçada a multa chegaria para mim", explicou.
Conforme relatou o motorista, a passageira continuou reclamando e ele então decidiu deixá-la no local de partida, informando que cancelaria a corrida. "Ela disse que eu estava ganhando dinheiro e eu disse a ela que estava cancelando a corrida, que ela poderia solicitar o valor à Uber, que a empresa iria devolver", comentou.Nesse momento, a cliente começou a ofendê-lo enquanto deixava o veículo. Noelson disse que, no primeiro momento, não teve reação aos insultos.
"Depois que parei e comecei a cair na real. A mulher me chamando de preto no século XXI. Não tenho filho, mas tenho uma enteada de 11 anos que é de minha cor. Não podemos deixar isso para lá, porque se não isso nunca vai acabar, vai passar tempo e continuar do mesmo jeito", disse.
A Polícia Civil disse, por meio de nota, que a 16ª Delegacia Territorial (DT) da Pituba investiga o caso de racismo. Segundo a polícia, Noelson relatou que uma mulher pediu que ele cometesse uma infração de trânsito e, na recusa, passou a deferir ataques racistas contra ele. A polícia informou ainda que irá solicitar o nome da usuária à plataforma de aplicativo.
Em nota, a Uber afirmou que tem política de tolerância zero a qualquer forma de discriminação em viagens pelo aplicativo e informou que a conta da usuária em questão foi desativada da plataforma após a denúncia. G1 Bahia
Nenhum comentário:
Postar um comentário