terça-feira, 24 de agosto de 2021

'Não pode ficar impune um crime desse', diz tia de jovem de 18 anos achada morta com sinais de estrangulamento

G1/Bahia

Caso aconteceu na madrugada de domingo (22) no distrito de Cumuruxatiba, que pertence ao município de Prado. Erika Rodrigues Batista estava sem a parte de baixo da roupa, quando foi encontrada.

“Não tem porque fazer uma maldade dessa com ela. É muita crueldade. A gente quer que o delegado tome providência, porque não pode ficar impune um crime desse”. O desabafo é de Poliana Rodrigues, tia de Erika Rodrigues Batista, de 18 anos, encontrada morta no distrito de Cumuruxatiba, que pertence ao município de Prado, no extremo sul da Bahia.

Segundo a polícia, o corpo da vítima foi achado na madrugada de domingo (22), com sinais de estrangulamento e sem a parte de baixo da roupa. A polícia investiga se ela também sofreu violência sexual.

Ela acampava com o namorado e outros dois casais na praia do Peixe Grande. Segundo Jonatas Rocha, namorado de Érika, todos estavam jogando e bebendo no acampamento. Ele decidiu dormir em uma barraca, enquanto a jovem continuou conversando com o restante do grupo.

Erika Rodrigues Batista, de 18 anos, foi encontrada morta no extremo sul da Bahia — Foto: Arquivo pessoal

Momentos depois, Jonatas sentiu falta dela e saiu, junto com o grupo, para procurá-la. Foi quando encontraram a jovem já sem vida, em um praia que fica distante um quilômetro do acampamento.

“Já eram 22h30, falei com ela que eu estava indo deitar. Por volta das 3h30, senti falta dela, falei: ‘Erika, Erika, Erika’, ela não estava lá. Fui na barraca de Mateus, falei com ele: ‘Acorda, mano, minha namorada sumiu, vamos procurar ela na praia’", contou o jovem.

Jonatas lembra o desespero ao encontrar o corpo de Érika. Uma médica e um rapaz, que estavam na região, tentaram ajudar no socorro, mas a vítima já estava morta.

“Comecei a fazer respiração boca a boca, pedi socorro, porque tinha uns moradores isolados em umas casas. Aí veio uma médica e um rapaz, que mediram a pulsação e disseram que ela não estava mais com vida", relatou.


O corpo de Erika Batista foi enterrado na tarde desta segunda-feira, no Cemitério Jardim da saudade, em Teixeira de Freitas. O sepultamento ocorreu sob forte comoção de familiares e amigos.

Ao lado do caixão, a mãe dela se desesperou. “Eu falei para você não ir! Oh, minha filha, por que você teimou comigo?”, disse, aos prantos.

Jovem de 18 anos é achada morta com sinais de estrangulamento é enterrada — Foto: Reprodução / TV Santa Cruz

Essa foi a primeira vez que Érika viajou sem a presença de alguém da família, conforme os parentes. Ela era babá e aos finais de semana trabalhava em um lava-jato.

“Era uma menina trabalhadora, ajudava a mãe desde criança. Uma menina sempre responsável. É uma perda muito triste”, destacou a vizinha, Maria de Lurdes Cajá.


Investigação

De acordo com informações da 8ª Coordenadoria Regional do Interior (8ª Coorpin), o corpo da vítima tem indícios de um possível estupro. Ainda segundo a 8ª Coorpin, uma amiga de Erika relatou que elas tinham saído para passear, por volta das 1h da madrugada, mas as duas se desencontraram.

“Foi constatada a causa morte como esganadura. Ou seja, ela foi esganada e morreu em virtude disso. A gente pode adiantar também, de acordo com a forma como ela foi localizada, sem as partes debaixo da roupa, que houve uma relação sexual”, afirmou o delegado Kleber Gonçalves.

“Agora a gente precisa saber se foi um estupro seguido de morte ou se foi um homicídio”, complementou.

O delegado disse ainda que até o momento não há indicação de autoria do crime, porém, salientou que duas possibilidades são analisadas pela polícia.

“Uma pessoa não determinada ainda, que seja alheia às relações de amizade em si e possivelmente alguém que estivesse com ela além dos amigos. Nós temos que evoluir ainda nessas investigações”.


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