O homem investigado por tentativa de homicídio, após agredir a companheira com pauladas na cabeça, no bairro de Mussurunga, em Salvador, foi preso na quinta-feira (9). De acordo com informações divulgadas nesta sexta (10) pela Polícia Civil, o homem foi até a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), para prestar depoimento, e teve mandado de prisão preventiva cumprido.
O crime ocorreu no domingo (5) e foi presenciado pela filha de seis anos do casal. Por causa das agressões, a vítima, identificada como Ane Manuela Oliveira de Souza, levou mais de 30 pontos na cabeça.
De acordo com a titular da Deam, delegada Bianca Andrade, o suspeito prestou depoimento alegou que teria agido em legítima defesa. “Ele declarou que tentou se defender da vítima, que estaria com uma faca, e uma das pauladas que seria no braço, para supostamente desarmá-la, atingiu a cabeça”, falou a delegada.
Ainda de acordo com a polícia, o homem será encaminhado para o sistema prisional. A polícia acrescentou ainda que requisitou medidas protetivas para Ane Manuela e acionou a rede de proteção para os suportes de assistência social e psicológica à vítima.
Ane Manuela disse que o desentendimento que levou às agressões começaram em uma festa onde o suspeito se apresentava como músico, junto com um grupo de pagode. A discussão teria sido iniciada por ciúmes, por causa de outra mulher que estava no local.
Ela contou que, ainda no evento, teria sido agredida com tapas e ao chegar em casa, as agressões continuaram. “Ele quebrou minha televisão, quebrou meu celular. Depois pegou um pau e ficou me dando paulada na cabeça. Eu fiquei agachada na cozinha”, contou Ane Manuela.
Ela foi levada por familiares para o Hospital Geral do Estado (HGE) e levou mais de 30 pontos na cabeça. Ane Manuela também teve ferimentos nos ombros, nos braços e em outras partes do corpo. As informações são do G1-BA.
“Eu recebi a ligação dela, antes dele quebrar o celular dela, pedindo socorro. Subimos eu e meu irmão correndo para acudir. Ela já estava ensanguentada e ele quebrando as coisas dentro de casa. Tirei ela de lá, chamei meu outro irmão e trouxe ela para cá para o HGE", detalhou Tatiana Oliveira, irmã da vítima.
Ane Manuela disse que convivia com o suspeito há nove anos e que esta não foi a primeira vez que houve agressão. “A gente discutia e ele ficava alterado porque não aguentava ouvir as coisas que eu falava. Dizia que eu era muito ousada, que eu queria falar mais alto que ele na casa dele. Ficava me ameaçando”, contou.
Além das dores causadas pelos golpes, a mulher disse que se sente "destruída mentalmente". Segundo Ane, mesmo com o apoio que sempre deu para manter a família, ela era humilhada e, constantemente, colocada para fora de casa.
“Estou dilacerada por dentro porque sempre colei com ele. Todo mundo via meu esposo, eu sempre ali, do lado dele para tudo. Por qualquer coisa ele me humilhava, me botava para fora. Para ele não adiantou quebrar minhas coisas. Ele queria me agredir, me humilhar, na frente da minha filha."
De acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), de janeiro a agosto deste ano mais de 15 mil denúncias de violência contra a mulher foram oferecidas em todo o estado. Deste total, 43 casos foram tipificados como feminicídio.
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