O Elevador do Taboão, um dos equipamentos públicos históricos de Salvador, irá voltar a operar na sexta-feira (1º) depois de mais de seis décadas de desativação. A inauguração do equipamento ocorreu nesta quinta-feira (30), no bairro do Comércio, na capital baiana.
O equipamento irá operar de segunda a sexta-feira e terá o funcionamento gratuito por período indeterminado, segundo a prefeitura de Salvador. A capacidade do elevador é de até 14 pessoas por viagem, mas devido à pandemia, serão transportadas, no máximo, oito pessoas por viagem.
O elevador, que é responsável por fazer a ligação entre o Pelourinho e o Comércio, passou por obras de revitalização e contou com investimento de R$ 5,4 milhões, provenientes de recursos municipais.
A intervenção contemplou a restauração integral da estrutura e das duas estações de acesso nos níveis inferior e superior, além de modernizar as instalações e buscar adequar a construção às normas técnicas vigentes, inclusive de acessibilidade universal.
Além disso, o equipamento ganhou áreas com mesas e sanitários e as duas cabines foram climatizadas. De acordo com a prefeitura, o projeto de recuperação do Elevador do Taboão foi cedido para a Prefeitura pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional na Bahia (Iphan-BA).
A expectativa é que, com a reativação, o equipamento se torne um novo cartão postal da cidade, contribuindo não apenas para a mobilidade dos pedestres como, também, para impulsionar o turismo e economia local.
A inauguração contou com as presenças do prefeito Bruno Reis e da vice, Ana Paula Matos. Também compareceram ao ato a presidente da Fundação Mário Leal Ferreira, Tânia Scofield; o secretário de Mobilidade (Semob), Fabrizzio Muller; o titular da Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Luiz Carlos de Souza; e o superintendente do Iphan, Bruno Tavares, entre outras autoridades.
Inaugurado em 19 de janeiro de 1896 pela companhia Linha Circular de Carris da Bahia, o Elevador do Taboão, assim como o Lacerda, foi símbolo da modernização e marco da arquitetura em ferro na Bahia no final do século XIX. O equipamento foi inserido em um projeto de melhorias urbanas em Salvador durante o segundo mandato de Antônio Gonçalves Martins (entre 1868 a 1871), o Barão de São Lourenço.
De acordo com registros divulgados pelo Iphan, os dois ascensores não significaram apenas uma simples importação tecnológica – o maquinário foi construído na Inglaterra, na oficina de W.G. Armstrong de New Castle, a mesma que forneceu para o Elevador Lacerda -, mas uma adaptação de concepções de transportes verticais prediais europeus às condições geográficas baianas, assim como uma inovação no modelo urbano encravado na rocha.
Além disso, a engenharia e arquitetura que compõem o ascensor do Taboão marcaram época. As suas torres foram construídas com réguas de ferro chumbado cruzadas, com desenhos simétricos em forma de curva ou parábola.
O Elevador Taboão chegou a ser conhecido na cidade como “A Balança” e teve grande importância, ligando locais de moradia e de trabalho, oferecendo maior rapidez e facilitando a circulação da população. Ele funcionava diariamente, das 6h às 11h, custando 100 réis a passagem. As operações duraram 65 anos até que a desativação ocorresse, em 1959, num processo que deu início à degradação do ascensor.
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