quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

MP-BA denuncia cinco PMs investigados por invasão e ataque a assentamento em Camaçari

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou os cinco policiais militares investigados por invasão e destruição das casas de 30 famílias no distrito de Catu de Abrantes, em Camaçari, região metropolitana de Salvador.

Os militares foram denunciados por furto qualificado, dano qualificado, incêndio e associação criminosa. O crime aconteceu no dia 20 de novembro e a denúncia foi divulgada pelo MP-BA nesta terça-feira (14).

Os policiais foram presos em flagrante pela própria Polícia Militar, que foi chamada pelos moradores da comunidade. Em depoimento, eles ficaram calados. Os presos estavam à paisana e fora de serviço no momento do crime. São eles: 

Antônio Carlos de Jesus Chagas, 56 anos – primeiro sargento;

Marcos Silva dos Santos, 41 anos – cabo;

Juvenal Silva de Oliveira, 45 anos – soldado;

Paulo César Santos de Sousa, 56 anos – primeiro sargento;

Marco Aurélio Conceição Nascimento, 48 anos – primeiro sargento.

Eles chegaram no local encapuzados, e usaram tratores e retroescavadeiras para derrubar os imóveis. Segundo os moradores, há uma especulação imobiliária para implantação de um condomínio de luxo no local. O nome da empresa ainda não foi detalhado.

O Ministério Público detalhou que, durante as investigações, foi identificado que os policiais lideraram, coordenaram e participaram do crime. Segundo o Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), eles intimidaram os moradores e também pagaram ao menos 17 indivíduos para desocupar o terreno.

Para esses comparsas, os policiais pagaram R$ 200, pela participação no esquema. O MP-BA detalhou que os militares e os outros envolvidos se encontraram na Avenida Luís Viana, mais conhecida como Avenida Paralela, com os veículos e outros materiais, como foices, picaretas, marretas, martelos, enxadas e facões.

Eles seguiram para o Sítio Tererê, e além de destruir as casas, também atearam fogo nas casas, nos barracos e em bens materiais das vítimas. Por ser madrugada, os moradores – incluindo crianças – estavam dormindo e acordaram assustados. Assustados, eles fugiram dos imóveis e se esconderam no mato.

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