A Bahia notificou 68 casos suspeitos de meningites em 2022, sendo que 30 foram confirmados. Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), de 1º de janeiro a 10 de março deste ano, também foram registrados 3 óbitos por meningite pneumocócica, meningite por outra etiologia e meningite não especificada.
Entre os casos registrados no estado, as meningites bacterianas e não especificadas foram as mais frequentes, com treze e dez casos cada uma, seguidas das meningites virais, com dois casos. Além disso, dois casos de Doença Meningocócica foram identificados. A Sesab ressaltou, contudo, que até o momento não há indícios de surto de meningite na Bahia.
O neurologista e professor da UniFTC, Emerson Marinho Gomes, explicou em entrevista ao Bahia Notícias que a meningite é uma doença que pode ser causada por bactérias, fungos ou vírus no cérebro, resultando em um processo inflamatório que acomete diretamente a meninge, tanto do cérebro quanto da medula espinhal.
Em 2021, o estado teve 416 casos de meningites notificados. Destes foram confirmados 167 casos (40,1%) e 30 óbitos (letalidade de 18%). Conforme apontou a Sesab, as meningites não especificadas foram responsáveis pela maioria das notificações, com 77 (46,1%); seguidas da meningite bacteriana, com 53 (31,7%); meningite viral, com 27 (16,6%); e por outras etiologias (fungos e parasitas), 10 (6%) casos.
“A doença tem praticamente três formas de se ter contato: o paciente pode ter o contato direto através de inoculação, por meio de saliva ou gotículas pelo próprio nariz. A segunda é pela proximidade de uma estrutura - por exemplo, um paciente que está com sinusite e não tratou de uma forma correta. Por a sinusite ser em uma parte da face e estar próxima do cérebro, pode fazer com que bactérias ou fungos passem de uma estrutura para outra, podendo entrar no cérebro e causar essa inflamação. Outra forma é a via hematogênica, que é a parte sanguínea. Quando você tem uma infecção generalizada na parte do sangue e essa infecção pode ser levada ao cérebro causando a inflamação na meninge”, explicou o especialista.O médico conta ainda que a informação de uma infecção de uma bactéria no cérebro é uma notícia que assusta o paciente. Porém, segundo Emerson, hoje em dia já existem diversos tratamentos por meio de antibióticos, antifúngicos e antivirais para se combater esse tipo de infecção.
“Normalmente, pacientes que conseguem ser diagnosticados de uma forma precoce apresentam uma resolução melhor. Dos pacientes que começam a ter a complicações da meningite, 20% tem uma letalidade. No passado, esse índice era muito maior”, afirmou o especialista.
Entre as possíveis sequelas deixadas por um caso de complicação de meningite, podem ser apresentados perda de memória, déficit motor e quadro de desorientação, além de problemas em outros órgãos.
Como forma de prevenção, o neurologista diz que a vacinação é o principal método. “Já se sabe que a vacina não isenta 100% , mas faz que mesmo que o paciente pegue a meningite tenha a doença de forma mais amena, então isso ajuda bastante”.
A Secretaria de Saúde do Estado informou que as vacinas que protegem contra as principais meningites bacterianas estão disponíveis nas salas de vacinas da rede pública de saúde. Confira:
• Meningocócica Sorogrupo C: Disponível para menores de 05 anos: 03, 05 mês e reforço aos 12 meses.
• ACWY: Disponível para adolescentes: 11 e 12 anos
• Vacina Pneumocócica 10 Valente: Disponível para menores de 05 anos. 02, e 04 meses, com reforço aos 12 meses.
• Pentavalente: Protege contra Haemophilus Influenzae B, Difteria, Tétano, Coqueluche e Hapatite B. Disponível para menores de 01 ano. (02, 04 e 06 meses)
• BCG: Disponível para recém nascidos.
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