O nome dela é Jeniffer. O dele, Marcos Tadeu. Ela mora em Ilhéus e ele em Itabuna. A história deles, que está longe de ser um caso de amor, se cruzou no Fórum Rui Barbosa, onde foram submetidos a uma audiência de custódia na manhã desta sexta-feira (11). Embora não se conheçam, tiveram um "final feliz", com direito a responderem por seus crimes em liberdade.
Jeniffer havia sido detida em flagrante na manhã de ontem (10), após tentar entrar no Conjunto Penal de Itabuna com drogas escondidas na vagina. A mulher, de 21 anos, contou em depoimento que precisava do dinheiro para pagar seu aluguel e aceitou a proposta de uma "amiga" que, por sua vez, está com o companheiro preso.
Marcos Tadeu, de 37 anos, morador do bairro Conceição, foi detido na quarta-feira (09), por receptação, após ser flagrado dirigindo um JEEP/Compass, roubado no último dia 7, na cidade de Camamu. O carro já estava circulando com placa clonada de outro veículo de mesmas características, registrado em Juazeiro (BA).
"Enxugar gelo"
A liberação de presos flagranteados em audiências de custódia tem preocupado a polícia e a sociedade já alguns anos. Muitos usam o termo "enxugar gelo" nessas situações, uma vez que a polícia prende e a Justiça solta. E em muitos os casos, o suspeito solto volta a cometer outros crimes.
Um levantamento feito pela revista eletrônica Consultor Jurídico, em 2016, dos mais de 140 mil presos em flagrante que tiveram a oportunidade de serem ouvidos por um juiz, nas audiências de custódia, 65 mil (46%) conseguiram responder ao processo em liberdade, com fiança, relaxamento ou alguma medida cautelar. Os 75 mil restantes corresponderam a um terço dos 221 mil presos provisórios do país.
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