O Tribunal de Justiça do Distrito Federal aceitou, nesta segunda-feira (11), a ação civil pública contra o ex-piloto Nelson Piquet pelos comentários racistas e homofóbicos contra Lewis Hamilton.
O documento é assinado por Educafro (responsável por promover a inclusão de negros nas universidades públicas e particulares), o Centro Santo Dias (órgão de defesa dos direitos humanos), a Aliança Nacional LGBTI+ e a Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH) e contém o pedido de uma indenização no valor de R$ 10 milhões ao tricampeão de Fórmula 1. Caso condenado, o valor pago pelo ex-piloto vai para o Fundo Nacional de Direitos Difusos.
A denúncia foi apresentada na segunda-feira (4) e recebida pela Justiça na última sexta-feira (8). O juiz Felipe Costa da Fonseca Gomes deu 15 dias para Piquet apresentar uma contestação.
Piquet causou polêmica ao chamar Hamilton de “neguinho” durante uma entrevista realizada em novembro do ano passado, mas que viralizou nas redes somente nas últimas semanas. Ele ainda fez um comentário homofóbico para justificar a perda do título de 2016 por Hamilton para Nico Rosberg. Segundo a BBC, a F-1 o baniu dos paddocks da categoria.
“O neguinho meteu o carro e não deixou [desviar]. O Senna não fez isso. O Senna saiu reto. O neguinho deixou o carro porque não tinha como passar dois carros naquela curva. Ele fez de sacanagem”, disse o ex-competidor, que é sogro de Max Verstappen.
O ex-piloto brasileiro ainda fez um comentário homofóbico, além de ofender os competidores Keke e Nico Rosberg. “O Keke? Era uma b… Não tinha valor nenhum. É que nem o filho dele (Nico), ganhou um campeonato, o neguinho (Hamilton) devia estar ‘dando mais c…’ naquela época e estava meio ruim”, disse Piquet.
Além da indenização no valor de R$ 10 milhões, as entidades pedem que Nelson Piquet seja condenado a publicar nota, em todas as redes sociais, com pedido público de desculpas, “reconhecendo o erro de fazer alusão racista a qualquer pessoa”. Os autores ainda solicitam que ele seja condenado a pagar multa de R$ 100 mil em caso de reincidência da conduta, em qualquer espaço digital.
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