quarta-feira, 3 de agosto de 2022

‘Nova classe C’ perdeu terreno e ficou para trás, diz economista

Um dos principais especialistas no fenômeno que ficou conhecido como ascensão da classe C, o economista Marcelo Neri diz que a classe média de hoje tem um novo perfil em relação aos governos petistas: ela é mais sofrida. 

Segundo o diretor da FGV Social, o quadro socioeconômico que alavancou esse público nos anos 2000 era composto por três fatores principais: avanço da economia; crescimento da renda acima do PIB (Produto Interno Bruto) e redução contínua da desigualdade.

No entanto, todos esses efeitos duraram até 2014 e foram revertidos. “A desigualdade aumentou, o crescimento caiu e invertemos essa equação”, diz Neri, em entrevista à Folha de S.Paulo.

Na visão dele, o conceito de classe média atualmente está mais próximo da classe média tradicional, que ascendeu no início da década de 1970. Nesse período, que ficou conhecido como milagre econômico, o Brasil teve altas taxas de crescimento, mas com uma escalada da desigualdade. 

“Talvez tenhamos perdido aquele elemento de nova classe média, dos primeiros [a acessar certos itens de consumo]. Eu diria que hoje é uma tendência mais de conservadorismo, uma apologia da época do milagre econômico”, afirma.

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