Servidores penitenciários da Bahia fizeram um "protesto ecumênico" para cobrar a criação da Polícia Penal do estado, em Salvador. Nesta quinta (11), os trabalhadores dispuseram faixas chamando a atenção do governo para que a corporação seja instituída.
As faixas foram levadas a pontos religiosos da capital baiana, como a Basílica Santuário Senhor do Bonfim e o Dique do Tororó – reserva de água natural tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que é representativa para os povos de religiões de matrizes africanas.
Há também faixas em frente à Igreja Universal do Reino de Deus, na Avenida ACM, e no Largo de Roma, em frente ao Santuário de Santa Dulce dos Pobres.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários, Fernando Fernandes, a categoria aguarda a criação da Polícia Penal desde dezembro de 2019. Dos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal, 22 possuem a instituição. A Bahia é um dos quatro estados que não têm.
"Apenas o Estado da Bahia não instituiu o órgão. A sociedade baiana padece pela insegurança pública no Estado, e o sistema prisional tem papel relevante nisso", argumentou ele.
Há cinco meses, o g1 conversou com o secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização da Bahia (Seap), Luís Antônio Fonseca, para a 54ª edição do podcast Eu te Explico – Crise no sistema prisional da Bahia e alternativas para ressocialização de detentos.
Na ocasião, o secretário informou que a instituição da Polícia Penal é analisada pela gestão pública, mas que passava "por uma série de questões antes de poder ser materializado". O g1 entrou em contato com a Seap, para obter detalhes sobre o andamento da criação da corporação, mas a secretaria ainda não respondeu ao contato.
Segurança prisional
No primeiro semestre deste ano, o sistema prisional da Bahia apresentou um cenário de crise, com fugas de detentos, falhas na segurança e disputas internas entre facções criminosas instaladas nas unidades carcerárias.
Em uma janela de apenas dois meses, membros de facções criminosas rivais brigaram em um dos módulos da Penitenciária Lemos Brito, que fica no Complexo Penitenciário da Mata Escura. Essa briga iniciou uma rebelião, que terminou com a morte de cinco detentos e deixou outros 17 feridos.
Armas de fogo, facas, facões, drogas e celulares foram apreendidos em uma revista após o motim. Poucos dias depois, três presos fugiram da mesma penitenciária. Entre fugas e conflitos, várias pessoas foram flagradas jogando drogas e facas para dentro da penitenciária.
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