domingo, 5 de fevereiro de 2023

Oi deve R$ 35 bi e corre risco de sofrer intervenção direta da Anatel

A operadora Oi corre sério risco de ser alvo de uma intervenção direta pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o que significaria afastamento de toda a diretoria e a agência assumir o comando daquela que já foi uma das maiores empresas de telefonia do País.

O Estadão apurou que a possibilidade de intervenção na Oi, uma ação prevista no regimento do setor, é uma das alternativas levadas à diretoria da Anatel. A reportagem questionou um membro da alta cúpula da agência sobre qual seria hoje essa possibilidade, numa escala de zero a dez. A resposta foi "seis". Nos próximos dias, conforme apurou a reportagem, o presidente da Oi, Rodrigo de Abreu, deve ser chamado para prestar esclarecimentos. Procurada pela reportagem, a Oi preferiu não se manifestar.

Antes de tomar qualquer decisão, a agência quer entender o que a diretoria da Oi pretende, desta vez, com o pedido de "tutela de urgência cautelar" apresentado na última quinta-feira. A liminar, aceita pela Justiça, a protege dos credores com os quais disse ter dívidas de R$ 29 bilhões. A empresa argumenta que tentou chegar a um acordo com os credores para refinanciar sua dívida, mas até agora não obteve sucesso.

Por trás do imbróglio jurídico está uma dívida que, hoje, segundo o Estadão apurou, alcança pelo menos R$ 34,972 bilhões. A nova cartada da Oi ocorre apenas um mês depois de a companhia sair do mais longo processo de recuperação judicial da história no Brasil, iniciado em 2017.

Para membros da Anatel e especialistas do setor, a "tutela de urgência" invocada agora não passa, na prática, de mais uma medida para, daqui a alguns dias, apresentar novo pedido de recuperação judicial.


RECUPERAÇÃO

No fim de 2016, quando a empresa conseguiu aprovar um plano de recuperação judicial que teria início no ano seguinte, era dona de R$ 65 bilhões, em valores da época. Para se ter uma ideia, cerca de R$ 20 bilhões desse estrago tinha origem em multas aplicadas pela Anatel que a operadora simplesmente não pagava, autuações que se multiplicaram em juros.

A cesta de problemas incluiu ainda o pagamento milionário de dividendos para acionistas, enquanto a empresa rolava suas dívidas, além da tomada de crédito em instituições financeiras do exterior, muitas vezes cotados em dólar.

Depois de um longo processo de negociação, a presidência da Oi finalmente conseguiu aprovar um plano de recuperação na Justiça que, naquela época, permitiu a renegociação de sua dívida, que chegou a cair para cerca de R$ 30 bilhões e que previa, de forma geral, um período de sete anos para sua quitação.

De seu lado, a companhia se comprometeu a vender parte de seus negócios - como seu braço de telefonia móvel, centros de dados e torres de transmissão -, para se voltar especificamente para os negócios de banda larga por meio de fibra óptica.

O ritmo dos negócios, porém, não se confirmou como projetado. O resultado hoje é que, mesmo depois de todas as medidas tomadas nos últimos anos, ao "valor de face" da dívida acumulada hoje pela empresa soma R$ 34,972 bilhões.

Ao que tudo indica, não restará outra medida à Oi, a não ser decretar um processo de recuperação judicial.

A Anatel acompanha a situação da empresa com extrema preocupação, devido ao "risco sistêmico" que a companhia pode gerar, porque há muitas interconexões de infraestrutura e serviços de todo o setor de telecomunicações que dependem diretamente de estruturas da Oi.

A agência também foi procurada pela reportagem, mas não se manifestou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

6 comentários:

  1. COMO SEMPRE QUEM PAGA O PREJUÍZO É O POVO QUE NÃO REAGE E AINDA COMPACTUA.
    AINDA TEM MAIS; AS AMERICANAS E A AMBEV
    SO NO BRASIL MESMO
    PAÍS QUE TEM UM LADRÃO CONDENADO E DESCONDENADO NA PRESIDENCIA

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  2. São empresas privadas, seu gado imbecil!!! Quem tiver seus prejuízos que assumam, o governo não tem nada com isso!!! Não deve botar dinheiro público pra ajudar essas empresas!!!

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    1. Imbecil, você lembra da Vale que só dava prejuízo quando era conduzida por corruptos, pois é; ela é uma das mais lucrativa no momento.

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  3. Tempos mais difíceis virão. O Ladrão e sua Quadrilha do Inferno, uma nova e mais ampliada e eficiente versão da Quadrilha Petralha desmascarada pela Lava-Jato, ainda está numa fase preliminar de ação, vez que, ainda está se familiarizando e desenvolvendo a melhor estratégia para saquear a atual república "cleptocrata" brasileira. Uma notícia ruim para os esperançosos sonhadores de pesadelos: A distribuição de kits picão-de-jumento-pauzudo + corote de "marafu fófatóbis" não vai acontecer, assim como toda a merda que verte da bocarra do Ladrão... é MENTIRAAAAAAAAAAAAAAAAA!

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  4. O LADRÃO de 9 dedos vai socorrer

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