A mãe, Fabiana Almeida, deu entrada na maternidade na quarta-feira (15) e deu à luz a Arthur Almeida Pereira nas primeiras horas de quinta (16). O menino nasceu saudável, com 3,5 kg e 50 centímetros.
De acordo com Lucas Pereira, os pais foram informados que a equipe médica precisaria fazer uma manobra durante o parto, porque o cordão umbilical estava ao redor do pescoço do menino.
"Minha sogra visualizou na mesma da hora e disse: 'Olha, quebrou o braço da criança'. Aí a médica fingiu que se sentiu mal e parou o parto. Ela foi para a sala de UTI com a criança e ninguém me disse nada", contou Lucas Pereira.
"Depois a médica me chamou e disse que meu filho tinha fraturado o braço. No mesmo dia, mandou a gente para o Hospital do Subúrbio, onde o ortopedista pediu para a gente deixar o braço dele em uma posição específica, que em três semanas ficaria normal".
Na sexta-feira (17), Arthur Pereira recebeu alta médica, mas os familiares do bebê ficaram receosos de levarem o recém-nascido para casa, porque segundo eles, não foi entregue um documento que comprovasse a orientação referente ao braço quebrado. Além disso, o bebê tem chorado bastante de dor.
"Não me deu documento, nada, e depois liberaram para a gente no mesmo dia. Como é que a gente vai para casa sem nenhuma comprovação?", questionou.
"Chora muito, ele está chorando dia e noite. Não pode colocar na cama, tem que ficar no braço o tempo todo, só mama de um lado do peito, porque no outro o braço dele dói".
Nesta segunda-feira (20), o pai da criança disse que falou com uma assistente social da maternidade, que o informou que o recém-nascido será reavaliado por um ortopedista. No entanto, Lucas Pereira não aceita levar o menino para casa antes que isso aconteça.
"Agora mesmo eu cheguei, falei com a assistente social e ela informou que era para esperar a médica avaliar para ver o que vai fazer. Desde sábado que está esperando passar por outro ortopedista para avaliar o braço da criança".
"Quer que eu vá para casa sem avaliar o braço da criança, aí chega lá e ela tem uma piora e eu faço o que? Sem documento, sem parecer do hospital, um relatório falando tudo o que a gente tem que fazer".
Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que não fornece o estado de saúde ou quaisquer outras informações de pacientes da rede de assistência estadual, em cumprimento a determinação do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Segundo a Sesab, essa medida resguarda o paciente e equipe profissional e tem amparo no Código de Ética Médica. O respaldo dessa medida de não divulgação também está na Lei de Acesso à Informação, norma que garante 100 anos de sigilo para informações pessoais relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem.
Sobre as especialidades médicas ofertadas em uma maternidade, a secretaria afirmou que não é habitual a contratação de ortopedistas em um local em que as especialidade não é o ortotrauma. Conforme a Sesab, a equipe médica e o serviço social estão disponíveis para prestar esclarecimentos aos familiares, que tem acesso aos prontuários.
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