Um material apreendido pela Polícia Federal com integrantes do Primeiro Comando da Capital, o PCC, indicou que um núcleo da facção criminosa havia alugado um imóvel no Distrito Federal nos meses de maio, junho e julho do ano passado. A informação é da revista Veja.
Segundo reportagem da revista, publicada nesta semana, o núcleo em questão é o Restrita, especializado em colocar em prática as missões mais arriscadas e perigosas da facção, como o cometimento de atentados e sequestros. Ligado à cúpula do PCC, o grupo obedece a ordens diretas do seu líder maior: Marcos Camacho, o Marcola, que cumpre na Penitenciária Federal de Brasília pena de mais de 300 anos de prisão por crimes como formação de quadrilha, homicídio e tráfico de drogas.
Desde o ano passado, os investigadores procuram o endereço da residência. Uma série de incursões já foi feita, mas ainda não há nenhum sinal de onde a facção criminosa possa ter se estabelecido em Brasília.
Uma das possibilidades levantadas é que o grupo tenha alugado um imóvel no Jardins Mangueiral, um bairro popular localizado a cinco quilômetros de onde Marcola está preso. Além da localidade, pesa na suspeita o valor do aluguel encontrado nas prestações de contas, de R$ 2.560.
Nas anotações apreendidas em posse de criminosos presos, ainda há o detalhamento dos gastos na mobília do imóvel. Pelos registros, foram comprados uma geladeira (2.800 reais), um sofá retrátil (1.800 reais), um painel com suporte (1.200 reais), uma televisão de LED (2.500 reais) e um fogão (1.700 reais). Também há despesas com o frete de uma cama, com IPTU e com deslocamentos pela capital do país.
Conforme mostra a reportagem, membros dos três poderes tiveram de mudar de rotina e reforçar sua segurança desde que foram informados que o PCC tinha passado uma temporada na capital federal. O alerta foi feito pelo Ministério Público de São Paulo, que identificou que a facção criminosa planeja cometer um atentado ou um sequestro contra alguma autoridade em troca da soltura de Marcola.
Encontrar o “Quartel-General” do grupo é primordial na caça aos suspeitos e para colher provas que indiquem o tamanho da empreitada. Em julho do ano passado, os investigadores acharam um verdadeiro arsenal de guerra no quintal de uma casa de Curitiba.
Havia explosivos e detonadores eletrônicos. Os investigadores acreditam que todo o aparato havia sido adquirido com o objetivo de ser usado em um ataque contra o senador Sergio Moro (União-PR).
Entre março e outubro de 2022, os criminosos monitoraram os passos do senador e de sua família, levantaram eventuais situações de fragilidade e também chegaram a preparar um cativeiro para a execução do plano. Em março deste ano, a Polícia Federal prendeu nove pessoas responsáveis pelo planejamento do crime, entre elas o chefão do grupo de “elite” de ataques do PCC.
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