sábado, 28 de junho de 2025

Autópsia revela causa e tempo da morte de Juliana Marins em vulcão na Indonésia

A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, morreu por conta de ferimentos internos cerca de 20 minutos depois de uma queda na trilha de um vulcão no Monte Rinjani, na Indonésia. As informações estão em um laudo da autópsia divulgado nesta sexta-feira (27). A causa da morte foi trauma torácico grave provocado por impacto de alta intensidade, o que levou a danos internos e uma hemorragia severa.

“Encontramos arranhões e escoriações, bem como fraturas no tórax, ombro, coluna e coxa. Essas fraturas ósseas causaram danos a órgãos internos e sangramento”, detalhou o médico legista Ida Bagus Putu Alit, do Hospital Bali Mandara. O corpo também apresentava escoriações generalizadas e ferimentos na cabeça, mas sem sinais de hérnia cerebral. “A vítima sofreu ferimentos devido à violência e fraturas em diversas partes do corpo. A principal causa de morte foram ferimentos na caixa torácica e nas costas”, acrescentou.

Para o legista, todos os sinais apontam que ela não agonizou muito após os ferimentos. “Observamos, por exemplo, um ferimento na cabeça, mas sem sinais de hérnia cerebral, uma condição que costuma se desenvolver após várias horas ou dias do trauma. O mesmo se aplica ao tórax e ao abdômen: houve sangramento intenso, mas nenhum sinal de retração nos órgãos que indicasse hemorragia lenta. Esses elementos reforçam que a morte aconteceu logo após os ferimentos”, afirmou.

Juliana usava roupas leves no momento do acidente, com calça jeans, camiseta, tênis e luvas, o que seria inadequado para o frio abaixo de 10 °C que faz na região de alta altitude nas madrugadas. Apesar disso, a hipótese de hipotermia foi descartada com base na análise dos tecidos corporais. “Não havia sinais típicos, como lesões nas extremidades ou coloração escurecida nos dedos. Isso nos permite afirmar com segurança que a hipotermia não foi a causa”, disse Alit.

O legista diz que cravar a hora exata da morte é difícil por conta de variáveis como a distância de onde o corpo veio trazido e pelo fato de ter sido mantido congelado até ontem. “No entanto, com base em sinais observáveis, estima-se que a morte tenha ocorrido logo após os ferimentos”, acrescenta.

Com o laudo finalizado, o corpo de Juliana será liberado para repatriação com o apoio da Embaixada do Brasil na Indonésia. A família da jovem, natural de Niterói (RJ), ainda não divulgou data para o velório ou sepultamento, que deve acontecer na cidade natal da jovem.

Juliana caiu no sábado (21), por volta das 6h30 da manhã, na trilha de Cemara Nunggal, uma das passagens mais desafiadoras da rota até o cume do Monte Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia. O local da queda é conhecido pela instabilidade do terreno, forte inclinação e variações climáticas repentinas.

A vítima despencou de uma altura estimada de até 200 metros em direção ao lago Segara Anak. Apesar da gravidade do acidente, imagens de drones feitas por outros escaladores indicavam que Juliana ainda estava viva logo após a queda – sentada e mexendo as mãos. Depois disso, o corpo dela ainda escorregou na montanha. O corpo só foi localizado quatro dias depois, em 25 de junho, após condições climáticas adversas atrasarem os esforços de resgate.

O corpo da jovem chegou ao Hospital Bali Mandara, em Bali, por volta das 11h35 (horário de Brasília) de ontem para a realização da autópsia. Foi levado do Hospital Bhayangkara, na província onde o vulcão está localizado, de ambulância, já que não há peritos na província. O exame foi conduzido na noite de ontem. (Correio 24h)

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