Derivados de cacau na Bahia poderão ser impactados pelo ‘tarifaço’ de Trump

A Bahia exportou mais de 45 milhões de dólares em manteiga, gordura e óleo de cacau só no primeiro semestre de 2025, principalmente para os Estados Unidos. Mas com o novo “tarifaço” anunciado pelos americanos, o setor vai levar um baque.

A Casa Branca confirmou nesta quarta-feira (30) que vai cobrar uma tarifa de 50% sobre alguns produtos importados do Brasil. A medida começa a valer a partir de 6 de agosto. Mesmo com vários produtos ficando de fora, o cacau, os pneus e o café continuam na lista dos taxados.

O cacau baiano vem principalmente do sul do estado. O que é exportado não é a fruta em si, mas seus derivados, como a manteiga, o licor, a pasta e o cacau em pó — produtos usados tanto na indústria de alimentos quanto pelas áreas de higiene e farmacêutica. Esses derivados são produzidos por grandes empresas com fábrica no sul da Bahia, como Cargill, Joanes e Barry Callebaut.

A Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) disse, em nota, que esse aumento na tarifa vai prejudicar a competitividade do Brasil no mercado internacional. A entidade pede que o governo entre logo com ações diplomáticas e comerciais para tentar reverter a situação. Por enquanto, o tamanho do prejuízo ainda não foi calculado.