sábado, 5 de julho de 2025

Ex-diretora de presídio teve romance com detento e envolvimento com facções na Bahia, diz investigação

A ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, Joneuma Silva Neres, é acusada pelo Ministério Público do estado (MP-BA) de corrupção, envolvimento com facções criminosas e de ter se relacionado com um interno do presídio.

As informações estão no processo ao qual a TV Bahia obteve acesso com exclusividade e detalhou no BATV desta quinta-feira (3), quase sete meses após a fuga em massa de 16 detentos da unidade prisional. A policial penal, de 33 anos, foi indiciada por facilitar a ação criminosa.

A situação ocorreu em dezembro do ano passado e, até esta quinta-feira, nenhum dos homens foi recapturado. Apenas um deles foi encontrado, em janeiro deste ano, no entanto, resistiu e morreu em confronto com policiais civis.

Além de Joneuma, outras 17 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do estado (MP-BA). Entre elas, Wellington Oliveira Sousa, ex-coordenador de segurança do presídio, cargo de confiança da ex-diretora. Os dois estão presos.

Joneuma esteve à frente a unidade por nove meses e foi a primeira mulher a ocupar este tipo de cargo no estado. No entanto, apesar da representatividade, o que veio à tona após as prisões revela que o conjunto penal estava sob comando do crime organizado.

O processo mostra que, desde que assumiu o cargo, em março de 2024, a gestora chamou a atenção das autoridades, especialmente pelas regalias dadas aos presos. Segundo informações presentes no documento, ela autorizou a entrada irregular de roupas, freezers, ventiladores e sanduicheiras.

O ex-coordenador de segurança da unidade foi uma das pessoas que revelaram as irregularidades. Em um dos depoimentos, Wellington contou que Joneuma atendia a diversas exigências feitas, principalmente, por Ednaldo Pereira de Souza, o Dadá, um dos fugitivos.

O homem apontado pela polícia como chefe de uma facção de Eunápolis, que é ligada a outro grupo criminoso do Rio de Janeiro (RJ). Ele estava preso na unidade penal até o dia 12 de dezembro, quando aconteceu a fuga em massa.

Entre as regalias apontadas no depoimento, está o acesso de visitas. Wellington disse que a esposa de Dadá "passou a ingressar no conjunto penal, sem qualquer inspeção, mediante autorização da diretora".

Outros relatos indicaram ainda que Joneuma e Dadá viveram um relacionamento amoroso, com relações sexuais, dentro do presídio.

Esse detalhe não foi relatado pelo ex-coordenador de segurança da unidade prisional, mas Wellington mencionou que Joneuma e Dadá tinham "encontros frequentes, que ocorriam na sala de videoconferências, sempre a sós, com uma folha de papel ofício obstruindo a visibilidade da porta pela abertura de vidro".

O homem disse também que "as reuniões eram sigilosas e geravam estranheza entre os funcionários devido à regularidade e longa duração".


Quando foi presa, no dia 24 de janeiro deste ano, Joneuma estava grávida. O bebê nasceu prematuro e segue com ela na cela, no Conjunto Penal de Itabuna, no sul do estado.

Em entrevista à TV Bahia, Jocelma Neres, irmã e advogada de Joneuma, nega a existência de um caso entre ela e Dadá.

"A gente não sabe quem foi que articulou tudo isso, mas ela está sofrendo as consequências de um crime que não cometeu. Ela nunca teve nenhum relacionamento com essa pessoa", afirmou.

A advogada também destaca a preocupação com o fato de o sobrinho ainda estar no presídio com a mãe. "O presídio não é ambiente para uma criança recém-nascida e a família está desesperada, sem ter o que fazer. A gente não tem condições de estar lá com ela, pelo fato de ser uma cidade longe, e não ter recursos financeiros para estar lá", desabafou.

Já o advogado Artur Nunes, que também representa Joneuma, explicou por que alguns benefícios eram concedidos aos detentos. "Dentro de uma unidade prisional, a gente entende, vive muito de negociação, no sentido de manter, ao máximo, a ordem da unidade prisional, evitar problemas, [evitar] que conflitos entre eles ocorram", disse.

Em abril deste ano, Joneuma Silva Neres protocolou um pedido judicial de auxílio financeiro para cobrir gastos com a gravidez contra o ex-deputado federal Uldurico Alencar Pinto. Ela alega que ele seria o pai da criança.

Conhecido como Uldurico Júnior, ele foi candidato à Prefeitura de Teixeira de Freitas em 2024 e seria padrinho político da ex-diretora.

Informações do processo, obtidas com exclusividade pela TV Bahia, apontam que Uldurico foi visto muitas vezes visitando os presos em Eunápolis. Um policial penal, que não teve o nome divulgado, disse em depoimento "ter conhecimento de que políticos ingressaram no conjunto penal, sem revista, inspeção ou cadastro prévio de visitantes", e citou o ex-deputado.

O policial penal afirmou também que, sempre que o político chegava ao presídio, ele se retirava da unidade por considerar o ambiente sensível, e por não concordar com a ida do político nas condições descritas.


O homem disse também "ter recebido informações de que Uldurico Pinto mantinha contato com presos que exerciam liderança dentro de facções criminosas durante suas visitas", incluindo Dadá.


Em contato com a produção da reportagem, Uldurico Junior afirmou que não responde a nenhuma acusação e que tem pressa para fazer o teste de DNA.


Denúncia contra envolvidos

O MP-BA ofereceu denúncia contra os indiciados em março deste ano. Além de Joneuma, Wellington e Dadá, estão os outros fugitivos.

Segundo detalham os depoimentos, antes de fugirem, os detentos, que eram aliados de Dadá, foram colocados na mesma cela, de número 44.

Eles tiveram acesso a uma furadeira e abriram um buraco no teto da unidade, no dia 29 de novembro. O barulho não passou despercebido por agentes penais, mas a diretora só teria tomado uma atitude dois dias depois.

Foi neste momento que, segundo o ex-coordenador de segurança da unidade, ele recebeu ordem de Joneuma para buscar a ferramenta na cela, juntamente com a equipe.

Os agentes retiraram os presos e, em uma inspeção superficial, encontraram a ferramenta, que, conforme pontuou Wellington, foi mantida pela ex-diretora penal na sala dela por alguns dias. Somente pouco antes da fuga, ela pediu que o subordinado levasse o objeto para a casa dela.

Atualmente, Wellington está preso no Conjunto Penal de Teixeira de Freitas. Em contato com a reportagem da TV Bahia, a defesa dele informou que não iria se posicionar nesse momento.

A reportagem também tentou, mas não conseguiu contato com as defesas dos outros citados. O Conjunto Penal de Eunápolis fica em uma área afastada do centro da cidade, no bairro Juca Rosa. A fuga contou com quatro veículos do tipo SUV e oito homens portando armas de grosso calibre.


Um dos envolvidos, identificado como Vagno Oliveira Batista, foi preso em fevereiro deste ano, portando uma pistola. Segundo as investigações, ele era responsável por cuidar do armamento da facção.


Em depoimento, o suspeito disse que, depois da fuga, foi até a favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, onde encontrou com Dadá e outros cinco fugitivos.


Segundo depoimentos, antes de ser presa, Joneuma Silva Neres também planejava fugir para a capital carioca e se encontrar com o líder da quadrilha.

Conforme apontam as investigações, a ex-diretora teria recebido R$ 1,5 milhão da facção criminosa. A defesa dela nega.

"Em nenhum momento, ela recebeu qualquer tipo de valor. Foi requerida pela Polícia Civil a quebra do sigilo bancário dela. No momento que eles quiserem, eles têm acesso", disse o advogado Artur Nunes.


O que diz a Seap

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado (Seap) disse que jamais compactuou com qualquer privilégio concedido a internos custodiados no sistema prisional baiano.

A pasta pontuou ainda que participou ativamente com a Polícia Civil (PC) nas investigações e colaborou de forma irrestrita com a Justiça para punir todas as transgressões ocorridas no Conjunto Penal de Eunápolis.

Desde o final de maio, agentes da Força Penal Nacional estão operando no presídio. A decisão foi tomada depois do atentado que teria como alvo o novo diretor Jorge Magno Alves, no dia 20 de maio. O homem endureceu as regras na unidade. Ele escapou do ataque, porém um servidor ficou gravemente ferido. G1-Bahia

18 comentários:

  1. Essa aí se caiu direitinho!!! Isso não é novidade nenhuma, as polícias andam de mãos dadas com facções.

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    1. Aí eu empurra toda até no asterisco sem cuspe

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  2. E a delegada suspeita de roubo em Itabuna? Ninguém diz né.. .

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  3. A VIDA É UM ACÚMULO DE EXPERIÊNCIA VIVIDA, AO LER O ANUNCIADO VEM A MEMÓRIA DE UM FATO OCORRIDO NA PENITENCIÁRIA FEMININA RECEM INAUGURADA NA BAHIA PELO ENTÃO GOVERNADOR DA BAHIA, DR. NILO COELHO.

    A PENITENCIÁRIO FEMININA INAUGURADA EM 1992 NO INTERIOR DO COMPLEXO PENITENCIÁRIO LEMOS BRITO SITUADA NO BAIRRO DA MATA ESCURA EM SALVADOR -BA, TAMBÉM AGREGA O BATALHÃO DE GUARDA DA POLICIA MILITAR DA BAHIA.

    ESSE ENTÃO INTEGRANTE DO BATALHÃO DE GUARDA FOI DESIGNADO A COMANDAR A GUARDA DA POLICIA MILITAR NO PRESÍDIO FEMININO DA BAHIA, FOI OBSERVADO QUE AS AGENTES FEMININAS RESPONSÁVEIS PELA SEGURANÇA MANTINHAM RELACIONAMENTOS INTIMOS EM SERVIÇO COM OS POLICIAIS MILITARES RESPONSÁVEIS PELA SEGURANÇA DO PRESÍDIO, TAL FATO LEVEI AO CONHECIMENTO DO COMANDANTE DA COMPANHIA E AO COMANDANTE DO GUARTEL.

    FOI RELATADO O TRABALHO DESENPENHADO DE ACORDO PROTOCOLO E DIRETRIZES DA POLICIA MILITAR EM TERMOS DE SEGURANÇA EXTERNA NO PRESIDIO E O COMANDO DO ENTÃO BATALHÃO DE GUARDA FICOU
    SATISFEITO.

    ENTRETANTO, O QUE CAUSOU UM GRANDE REBULIÇO FOI COM A SEGURANÇA FEMININA DO PRESÍDIO E LEVOU AO CONEHCIMENTO DA DIRETORA DO PRESÍDIO FEMININO QUE PEDIU AO COMANDANTE GERAL DA POLICIA MILITAR A TRANSFERÊNCIA DESSE ENTÃO COMANDANTE DA GUARDA DA PENITENCIÁRIA FEMININA DA BAHIA.

    O COMANDANTE DO GUARTEL, ENTÃO TEN CORONEL JUANISIO, O COMANDANTE GERAL DA POLICIA MILITAR ENTÃO CORONEL MESQUITA, O CORONEL JUANÍSIO LEVOU O FATO AO COMANDANTE GERAL, PORÉM, FICOU DECIDIDO O AFASTAMENTE DO COMADANTE DA GUARDA DO PRESÍDIO, TENDO O MESMO COMO CONSOLO UM SERVIÇO MELHOR ASSIM QUE SURGIR.

    MORAL DA HISTÓRIA, SURGIU A CASA MILITAR DO GOVERNADOR E ESSE ENTÃO POLICIAL SERVIU POR 14 ANOS.

    A VIDA É UM APRENDIZADO QUE SE ACUMULA AO LONGO DA VIDA DO SER HUMANO, VIDA LONGA PRA VOCÊ LEITOR.

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  4. Bandidona hein! Em vez de proteger as pessoas de bem, tava protegendo bandidos igual ela... como a pessoa perde sua liberdade por causa de bandido😛antes ela via o Sol nascer redondo, agora ela vai ver o Sol nascer quadrado😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂

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  5. Que vergonha!!! Estudar formar ocupar um cargo de destaque e fechar a carreira como bandida. Isso não é novidade. Hj se MARCOLA e BEIRA MAR quiserem não tem polícia que dê jeito

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  6. Mais criação de polícia,mais corrupção... Polícia Penal! Só nesse país república das bananas..kkkkkk

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  7. Fim de mundo mesmo uma policial engravidou de um bandido preso dentro da cadeia onde a mesma trabalhava, só podia ser no Brasil .kkkkkl

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  8. Se ela se abrisse pra mim eu encalcava osovos

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  9. Vcs tão c medo de citar o ex deputado q teve um cado c ela dentro do presidio e q o filho é dele pq verdinho???

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  10. Marmita servidora do estado é marmita quente

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  11. Essa sujeita merece prisão perpétua... é uma bandida no meio dos bandidos, prende ela e joga a chave da cela fora 😛 vagabunda ajudando os bandidos a fugir 😛

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  12. Verdinho tenha respeito em públicar os comentários!!! Vc só pública o que vc quer, e na maioria das vezes comentários são excluídos. Site tendencioso

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  13. Q lamentavél pouca vergonha

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  14. A CORRUPÇÃO ESTÁ NO SANGUE DO BRASILEIRO, POLICIAIS, POLÍTICOS, FUNCIONÁRIO PÚBLICO ETC ETC...... OS MAIS CORRUPTOS QUE SÃO OS DEPUTADOS E SENADORES NÃO TÊM INTERESSE EM MEXER NO CÓDIGO PENAL. ISSO NÃO ACABARÁ NUNCA!!!!!!!

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  15. essa baranga tem que pagar caro ,bandida duas vezes pelo fato de ser da polícia e trair a farda.

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  16. Ainda tá faltando o LADRÃO DE JOIAS e de relógios de Luxo.

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