sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Baiano é confundido com líder do Comando Vermelho e tem imagem divulgada erroneamente em operação no Rio

O motorista por aplicativo Wiliam Pinheiro Moura, de 31 anos, viveu momentos de desespero após ter sua imagem divulgada, de forma equivocada, como sendo a de um dos presos durante uma megaoperação contra o tráfico de drogas no Rio de Janeiro. O caso aconteceu na manhã de quarta-feira (29), em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia.

Segundo Wiliam, ele havia acabado de chegar em casa para almoçar quando começou a receber dezenas de mensagens no celular — algumas, inclusive, com ameaças. O motivo era a circulação de reportagens locais e nacionais que exibiam sua foto e nome como um dos líderes do Comando Vermelho (CV) capturados pela polícia carioca.

“Fiquei sem chão! Sou trabalhador. Nunca estive no Rio de Janeiro e, de repente, me vi sendo acusado de algo que nunca fiz. Estou com muito medo. Desde o ocorrido, não saio de casa”, contou o motorista, ainda abalado, na manhã desta quinta-feira (30).

O receio de Wiliam é real. Em Vitória da Conquista, bairros inteiros são divididos entre facções criminosas rivais, o Comando Vermelho (CV) e o Bonde do Maluco (BDM), o que torna a falsa associação a um grupo criminoso um risco grave à integridade física e até à vida.

“A exposição da imagem dele vinculada a uma facção representa uma ameaça concreta. Estamos tomando medidas jurídicas para corrigir o erro e resguardar sua segurança”, afirmou o advogado Sadraque José Serafim Ribeiro, que acompanha o caso.

A confusão teria começado após a divulgação de informações por uma fonte policial à imprensa baiana. Após a operação nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio, veículos de comunicação da Bahia buscaram confirmar a identidade de supostos criminosos baianos ligados ao CV. Um agente da Polícia Civil da Bahia (PCBA) teria repassado nomes e fotos de suspeitos, entre elas, a de Wiliam — que nunca teve passagem pela polícia.

A imagem usada nas reportagens foi retirada da carteira de habilitação do motorista, mas ele afirma desconhecer como o policial teve acesso ao documento.

“Eu não sei dizer. Sou uma pessoa trabalhadora, honesta. Só quero que limpem meu nome”, desabafou.

O caso levanta um alerta sobre a responsabilidade no uso de informações oficiais e a checagem de dados antes da publicação, especialmente em situações que envolvem segurança pública e risco à vida de inocentes.

3 comentários:

  1. Hora de ganhar dinheiro em uma situação dessa. Nada que um bom advogado para resolver essa situação.

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  2. BOLSONARISTAS

    MATA

    E PERGUNTA DEPOIS

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