quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Casamentos formais perdem espaço e uniões consensuais se tornam maioria no Brasil, aponta IBGE

Pela primeira vez na história, o número de brasileiros que vivem em uniões consensuais — relações conjugais sem registro civil ou religioso — superou o de casamentos formais. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com os dados referentes ao ano de 2022, 38,9% das pessoas em união conjugal vivem juntas sem oficializar o relacionamento, enquanto 37,9% são casadas no civil e/ou religioso. O levantamento marca uma virada histórica no comportamento social e familiar no país.


Crescimento ao longo dos anos

As uniões consensuais vêm crescendo de forma constante nas últimas décadas. Em 2000, representavam 29% das relações; em 2010, 30%; e agora, 39%. O IBGE aponta que esse tipo de união é mais comum entre pessoas de 30 a 39 anos, enquanto os casamentos formais predominam entre aqueles com mais de 40 anos.


Religião e tipo de união

A religiosidade continua sendo um fator determinante na escolha pelo tipo de relacionamento. Entre pessoas sem religião, 62,5% vivem em união consensual. Já entre católicos, o percentual cai para 40,9%, e entre evangélicos, para 28,7%.

Esses dados reforçam que a formalização religiosa e civil ainda tem mais peso entre grupos com forte vínculo religioso, enquanto a convivência sem casamento cresce entre os mais jovens e entre os que se declaram sem religião.


Relações interraciais em alta

O estudo também revelou um avanço nas uniões interraciais. Em 2022, 67% das pessoas em relacionamento conjugal viviam com parceiros do mesmo grupo racial — índice menor que o observado em 2000 (71%) e 2010 (69%).

Entre as pessoas brancas, 70,4% têm cônjuge do mesmo grupo de cor ou raça, e entre as pardas, 69,7%.

O IBGE destaca que o aumento das relações interraciais reflete uma maior diversidade nas relações afetivas e culturais no Brasil, acompanhando as transformações sociais e o enfraquecimento de barreiras raciais e religiosas na formação das famílias brasileiras.

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