Jovem que confessou homicídio de mulher trans e entregou corpo à delegacia é preso quatro dias após o crime na Bahia

Sérgio Henrique Lima dos Santos, de 19 anos, foi preso na manhã desta quarta-feira (10) no município de Serrinha, após ter confessado o assassinato da mulher trans Rhianna Alves, ocorrido no último sábado (6) em Luís Eduardo Magalhães, região oeste da Bahia. A detenção ocorreu quatro dias após o crime e foi confirmada pela Polícia Civil. O suspeito foi localizado a cerca de 900 km da cidade onde o homicídio aconteceu.

Rhianna, que era influenciadora digital e acumulava mais de 5 mil seguidores nas redes sociais, foi morta por estrangulamento, em um golpe popularmente conhecido como “mata-leão”. Logo após o crime, Sérgio levou o corpo até a delegacia da cidade, se apresentou às autoridades e confessou o homicídio. Apesar da gravidade da situação, ele acabou liberado após prestar depoimento, fato que gerou forte repercussão e questionamentos na comunidade local e nas redes sociais.

Segundo o delegado Leonardo Mendes Júnior, coordenador regional da Polícia Civil, a prisão preventiva do jovem foi decretada após a conclusão do inquérito policial. Sérgio foi indiciado por feminicídio, e o caso já foi encaminhado ao Poder Judiciário. Após ser detido, ele passou por exames no Departamento de Polícia Técnica (DPT) e permanece custodiado, à disposição da Justiça.

Em depoimento, o investigado afirmou que encontrou Rhianna para manter relações sexuais e que, no retorno, teria ocorrido uma discussão. Ele alegou que a vítima o ameaçou expor publicamente e acusá-lo de estupro, momento em que teria reagido “em legítima defesa”. A versão é investigada pela polícia.

Rhianna Alves morava em Luís Eduardo Magalhães e compartilhava seu dia a dia nas redes sociais, onde era conhecida pelo carisma e interação com os seguidores. Ela foi sepultada na terça-feira (9), na cidade de América Dourada, onde vive sua família.

À época da liberação do suspeito, a Polícia Civil explicou que, por ter se apresentado espontaneamente e confessado o crime, não houve situação de flagrante que permitisse a prisão imediata, conforme previsto na legislação brasileira. Especialistas em direito penal também reforçaram que a ausência de flagrante inviabiliza a detenção automática, cabendo à Justiça a análise posterior de medidas cautelares, como a prisão preventiva — decretada nesta quarta-feira.