Do Diário Bahia
O empresário e ex-prefeito José Oduque Teixeira é uma das figuras mais conhecidas e lembradas da história de Itabuna. Ele completa 95 anos de vida, sem deixar o batente nos negócios e com hábitos que despertam curiosidade e – por que não dizer? – admiração na população de Itabuna e cidades circunvizinhas.
O Diário Bahia telefonou na manhã de hoje, para parabenizar o aniversariante. No escritório onde trabalha, ele lembrou: “Que chova ou faça sol, estou aqui todo dia”. Para todo esse vigor, contou que continua mantendo uma alimentação balanceada e evita excessos.
Relembre a seguir uma entrevista concedida pelo ex-gestor em 2013, sob o título “O que Oduque pensa aos 90 anos de vida”.
Apesar de ser um homem de posses, o senhor tem um carro simples e parece ter hábitos também simples. Com o quê gasta dinheiro?
Olha, eu tenho como fundamento na minha vida olhar o meu semelhante, sobretudo, os meus familiares. Sou filho de uma família pobre. Meu pai casou-se com minha mãe e tiveram sete, oito filhos que foram, naturalmente, criados sem nenhuma instrução. Eu fui mais feliz, porque minha tia me trouxe aqui para o sul quando eu tinha 16 anos e procurei a estrada mais capaz de prosseguir. Eu perguntei como seria administrado; não, vou me administrar, vou estudar e trabalhar. E assim fiz. Portanto, não tenho condições de alimentar a vida financeira de ninguém, nem olho esse aspecto. Devido à minha simplicidade familiar, não sou homem de ter helicóptero, ter avião próprio, ter automóvel de luxo. Eu tenho um automóvel tirado aqui na antiga firma Oduque Veículos, que eu uso, é muito bom e me serve; tenho também duas caminhonetes para transporte de pequenos materiais de construção. O meu ‘Del Rey’, ou seja, o meu ‘lata-velha’ resolve bem os meus trabalhos. E eu não tenho nenhum desejo, nenhuma vontade de ter coisas de luxo.
A chamada ostentação não é uma vontade sua…
Não tomo um copo de cerveja, de uísque, não fumo etc e tal. Tenho muito cuidado com a vida. Gosto de amar, ser amado. A vida deve ser seguida com respeitabilidade generalizada aos bens do próximo, não quero nada ilegalmente, nada daquilo que possa magoar meus interesses nem os interesses de ninguém.
Podemos dizer que o senhor gasta seu dinheiro tal como uma pessoa que vive com um salário mínimo, suprindo apenas as necessidades básicas?
Não, é o seguinte. Eu gasto aquilo que se torna necessário para as despesas de alimentação, saúde, segurança e aquelas ajudas que são controladas, naturalmente, pelo sistema: Maçonaria, Rotary, Lions etc. Os componentes dessas instituições dão ajuda oficialmente e elas, então, fazem a distribuição. Eu não nego de dar minhas contribuições fora dessas instituições, mas com a devida cautela.