A Polícia Civil da Bahia (PC-BA) ganhou mais 60 dias de prazo para concluir a investigação do triplo homicídio que chocou moradores de Ilhéus, no sul do estado. A prorrogação foi autorizada pela Justiça e confirmada pela corporação nesta quinta-feira (18).
As vítimas, identificadas como Alexsandra Oliveira Suzart, de 45 anos, Maria Helena do Nascimento Bastos, 41, e Mariana Bastos da Silva, 20, foram encontradas mortas em uma área de mata na Praia dos Milionários, um dos principais pontos turísticos da cidade. Todas apresentavam marcas de facadas.
O principal suspeito, Thierry Lima da Silva, foi preso e confessou os crimes. Apesar disso, exames do Departamento de Polícia Técnica (DPT) não identificaram material genético dele nas unhas e partes íntimas das vítimas, nem vestígios nas três facas apreendidas durante a investigação.
Segundo a Polícia Civil, a ausência de DNA não exclui a participação do investigado. Além da confissão, outros elementos seguem sendo analisados, e novos exames periciais estão em andamento. Em nota, a corporação afirmou que a prorrogação do prazo permitirá o aprofundamento das diligências e que detalhes adicionais não serão divulgados para não comprometer as apurações.
A população pode contribuir com informações por meio do Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), pelo número 181. As denúncias são anônimas e o sigilo é garantido.
Vítimas eram conhecidas na comunidade
Alexsandra e Maria Helena eram vizinhas, amigas e atuavam na rede municipal de ensino. Mariana, filha de Maria Helena, cursava Engenharia Ambiental. As três moravam próximas à Praia dos Milionários, de onde saíram no dia 15 de agosto para passear com o cachorro de estimação da jovem.
Câmeras de segurança instaladas em barracas da praia registraram o momento em que elas caminhavam juntas pela areia, Mariana segurando a coleira do animal. Após esse registro, as vítimas desapareceram e foram encontradas mortas no dia seguinte.
O crime gerou grande comoção e levou moradores às ruas em ao menos três manifestações pacíficas, cobrando justiça.
Preso no dia 25 de agosto, Thierry declarou em depoimento que agiu sozinho, afirmando ter esfaqueado as três mulheres ao tentar assaltá-las. Ele já respondia por tráfico de drogas e, em audiência de custódia, voltou a admitir os homicídios, além de revelar outro assassinato, cometido contra o companheiro durante uma briga por ciúmes.