A interdição da ponte sobre o Rio Jequitinhonha, na BR-101, em Itapebi, no sul da Bahia, que ocorre desde o último dia 5 de maio para obras de reforma, segue causando enormes transtornos e obrigando empresas de ônibus a alterar e até suspender rotas. A mobilidade na Costa do Descobrimento está severamente comprometida, com passageiros enfrentando atrasos de mais de 12 horas.
Sem uma previsão exata para a conclusão da obra – que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) estima em cerca de R$ 70 milhões para a construção de uma nova ponte, com prazo mínimo de um ano para execução –, o tráfego tem sido desviado por rotas alternativas. A principal delas é uma estrada de terra que passa pela área da Veracel, entre São João do Paraíso e o entorno de Belmonte. No entanto, o trecho improvisado está em condições precárias: sem pavimentação, com lama, sem sinal de celular e sem pontos de apoio para água ou alimentação.
Nos últimos dias, passageiros relataram experiências exaustivas, incluindo atrasos superiores a 12 horas e longas paradas em pontos de apoio, como São João do Paraíso, aguardando decisões logísticas das empresas.
Diante do cenário caótico, as empresas de transporte intermunicipal foram forçadas a suspender ou redirecionar diversas linhas:
A Viação Águia Branca informou que manterá trechos importantes como Salvador–Teixeira de Freitas, Salvador–Itanhém, Itanhém–Salvador e Salvador–Rio de Janeiro, mas com desvio pela BR-116.
A Viação Rota cancelou as rotas entre Itabuna e Porto Seguro, Jequié e Porto Seguro, e Ilhéus e Porto Seguro, enquanto outras linhas seguem operando com atrasos significativos.
A Empresa Brasileiro suspendeu o horário entre Nanuque (MG) e Ilhéus e reduziu a frequência nas rotas que atendem comunidades diretamente afetadas pela interdição, como Boca do Córrego e Santa Maria Eterna, ambas em Belmonte.
Durante uma visita a Feira de Santana nesta segunda-feira (19), o ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que espera iniciar a reconstrução da ponte ainda no início de junho. No entanto, enquanto as obras não avançam e a nova estrutura não é entregue, milhares de pessoas continuam enfrentando incertezas, desconforto e severas limitações em seu direito de ir e vir, impactando diretamente a economia e a rotina da região.
Por: Jefferson Teixeira