quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Caso de estupro envolve cantora baiana e famoso babalorixá

A cantora baiana radicada em Recife, Karina Buhr, revelou ter sido estuprada várias vezes por um babalorixá. Buhr fez um desabafo no perfil dela na rede social Medium. Em relato desta segunda-feira (23), a cantora afirmou ter sido vítima de Dito de Oxóssi, babalorixá e vocalista do Afoxé Ylê de Egbá. O homem morreu no último dia 15 de dezembro, no Recife, após sofrer uma parada cardiorrespiratória, aos 57 anos.

No desabafo com título “Ele morreu, e o inferno ressuscitou pra mim”, a artista relata os abusos sexuais que sofreu do músico. Ela também diz por que resolveu falar do assunto agora. “Por que expor por estupro um homem que acabou de morrer? Porque eu quase morri nas mãos dele. Por que não denunciou quando estava vivo? Por medo de morrer, medo de machucar minha mãe”, diz o trecho. A cantora prosseguiu: “certamente ouvirei que não estou respeitando a família num momento de dor. Respeito sim. Respeito a dor de cada um deles e de todos que consideravam Dito como pai. E peço que também respeitem a minha dor, que já dura mais de 20 anos. Ele, como babalorixá, me chamava de filha e usou sua força e autoridade dentro desse contexto pra escravizar minha mente e meu corpo”, acrescentou. E continua: “Me mandou ajoelhar, abriu a calça e botou o pênis na minha boca”.

Mais adiante, ela conta como aconteceu o primeiro estupro, na casa dela, no ano 2000: “Ele me levou pro quarto, me mandou ajoelhar no chão e agiu como se fosse começar uma daquelas sessões de conselho. Achei estranho o pedido pra ajoelhar, mas fiz. Ele então abriu o cinto, abriu a calça e botou o pênis na minha boca”, narra.

“Eu fiquei aturdida, paralisada de medo, de culpa, de vergonha, embora eu estivesse sendo vítima de algo que nem sabia ainda o que era. Não entendi nada, estava tudo errado de novo e de novo eu não ia conseguir reagir, aos prantos, desesperada. Eu estava totalmente dominada por essa situação e me sentia sem domínio sobre minha mente nem meu corpo. Era uma entidade com a qual eu convivia há um tempo e tinha devoção”, diz outro trecho do relato.

Do Bahia Notícias

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