sexta-feira, 5 de março de 2021

Covid-19 no Brasil: New York Times, The Guardian e Washington Post repercutem crise do país; veja manchetes

O jornal The Washington Post publicou nesta sexta-feira (05) um editorial sobre a preocupação mundial com a nova variante da Covid-19 identificada em Manaus, e espalhada por todo Brasil. Com o título "O que acontece no Brasil...", o texto responsabiliza o "vácuo de liderança" do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela crise sanitária que o país enfrenta.

Segundo o editorial, a agonia vivida pelo país é um alerta para o resto do mundo. "Quando o vírus está se espalhando fora de controle e sofrendo mutações como no Brasil, isso representa um perigo potencial em todos os lugares", afirmou sobre a cepa conhecida como P.1, que seria mais transmissível e capaz de ser resistente aos anticorpos naturais, causando reinfecções em pessoas que já tiveram a doença. Ele também traz a informação de que dez casos da mutação foram identificados em cinco jurisdições nos Estados Unidos — mas que há a possibilidade deste número aumentar.

O texto, a partir de relatos do jornalista correspondente, Terrence McCoy, indica preocupação com os números registrados pelo Brasil. Ele cita a média de mortes, que permanece acima de mil no país nas últimas semanas; os recordes atingidos; e o risco iminente do colapso do sistema de saúde em grande parte dos estados da nação.

O jornal ainda reforça que Bolsonaro se recusa a enfrentar o que ele chama de "gripezinha", incentivando o uso de remédios "inúteis", como a hidroxicloroquina, e o compara ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Assim como o ex-presidente Donald Trump, o vácuo de liderança de Bolsonaro permitiu que o vírus se espalhasse", afirmou. Segundo o editorial, as ideologias políticas influenciam a falta de perspectiva de melhora da pandemia no Brasil. "O país foi consumido por divisões internas e parece ser incapaz de sair do abismo", avaliou.

"O que acontece no Brasil não fica apenas no Brasil", finaliza o texto, após trazer o alerta feito pelo epidemiologista Miguel Nicolelis sobre a possibilidade do Brasil virar o maior laboratório do mundo para o surgimento de mutações do vírus.

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