A dupla sertaneja As Galvão, duas das primeiras vozes femininas do mundo caipira no país, chegou ao fim após 74 anos de atividade. As artistas e irmãs paulistas Marilene e Mary se apresentavam desde 1947. O fim da dupla foi anunciado por Mary Galvão em entrevista a André Piunti, publicada no YouTube neste sábado, 19 de junho, no canal deste jornalista especializado em música sertaneja.
Conforme divulgou o portal G1, o motivo do término é o avanço da doença de Alzheimer que obrigou Marilene a se retirar de cena pela perda total da memória. Inicialmente conhecida com Irmãs Galvão, a dupla mudou de nome em 2000. As artistas foram responsáveis por propagar músicas como Beijinho doce (Nhô Pai, 1945), clássico sertanejo lançado pelas Irmãs Castro, mas que ficou famoso com as vozes das Irmãs Galvão.
As artistas começaram a se apresentar ainda crianças na Rádio Club Marconi de Paraguaçu Paulista (SP), em 1947, com sete e cinco anos. As artistas acabaram contratadas pela RCA Victor, gravadora na qual debutaram em 1955, ano em que as Galvão registraram, em disco de 78 rotações por minuto, as músicas Carinha de anjo (Paschoal Yanuzzi e Fábio Mirhib) e Rincão Guarani (Maurício Cardozo Ocampo, Diogo Mulero Palmeira e Centorion).
Ainda de acordo com o portal G1, a partir dos anos 1990, o lançamento dos discos das irmãs foi ficando cada vez mais espaçado na medida em que a dupla passava a ser cada vez mais reconhecida pelo fato de, no rastro das Irmãs Castro, Mary e Marilene terem imprimido assinatura vocal feminina na música sertaneja quando que somente os homens cantavam modas caipiras.
Em 2017, As Galvão comemoraram sete décadas de carreira, com a edição do DVD Soberanas – 70 anos ao vivo e com o documentário Eu e minha irmã – A trajetória das Irmãs Galvão, dirigido por Thiago Rosente.
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