O valor adquirido pelo ex-juiz Sergio Moro em consultoria para a Alvarez & Marsal continua sendo motivo de polêmica. Dessa vez, a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) foi quem decidiu acionar o Ministério Público Federal (MPF) para que o ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) seja investigado.
A ação foi protocolada no MPF na terça-feira (25). A questão também é alvo de processo no Tribunal de Contas da União (TCU), além de estar na mira de deputados do PT, que já sinalizaram o desejo de propor uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara para investigar eventual conflito de interesses.
Segundo informações da coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, a ABJD pediu, na solicitação ao MPF, que seja instaurado inquérito para apurar as relações, as condições e os valores envolvidos no contrato. A ida de Moro para a empresa é cercada de suspeitas porque a A&M presta serviços para empreiteiras que foram fragilizadas pela Operação Lava Jato.
A entidade requer a “averiguação da natureza do trabalho desenvolvido por Sergio Moro na contratação, e a relação dele com as empresas assessoradas na consultoria, a fim de verificar possível cometimento de ilícitos de caráter penal e uso da operação Lava Jato, que conduziu como juiz, para se favorecer”.
Ainda de acordo com o documento, protocolado, o ex magistrado “teve acesso a informações privilegiadas que possuíam potencial de impacto em favor de seu trabalho na empresa”.
“Sua atuação foi, desde o início, absolutamente comprometida, mesmo que não tenha assinado pareceres ou peças nos casos concretos”, diz a ABJD, que possui cerca de 2 mil associados em todo o Brasil, reunindo juízes, desembargadores, advogados, defensores públicos, professores e estudantes de direito, além de promotores, procuradores e servidores do Poder Judiciário.
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