Três mulheres denunciaram um falso pai de santo após terem sido vítimas de um golpe em Salvador. Em entrevista ao Bahia Meio Dia, telejornal da TV Bahia, nesta segunda-feira (29), uma delas afirmou ter emprestado mais de R$ 60 mil ao suspeito, identificado como Igor Silva Braga.
"Ele começou a me pedir dinheiro emprestado. Começou com quantias pequenas, pagava e foi ganhando minha confiança. Depois foi piorando [os valores aumentaram]. Ele pedia dinheiro para feitura [de santo, quando uma pessoa é iniciada no Candomblé]. Vinha com história de que estava doente, depois disse que havia sido assaltado", disse uma das vítimas que não quis se identificar.
A reportagem da TV Bahia entrou em contato com Igor Silva Braga para pedir um posicionamento e ele informou que tudo será esclarecido judicialmente.
Outra vítima, que também não quis identificar, afirmou que o falso pai de santo começou a pedir dinheiro emprestado quando percebeu que ela tinha boas condições financeiras.
"Ele percebeu que eu tinha condições [financeiras], cartões com limites bons, [percebeu] que eu conseguia pegar empréstimos [bancários], e aí se aproximou de mim. Era uma pessoa que eu achava que mataria e morreria por mim, mas quando ele viu que não tinha de quem tirar dinheiro para me pagar, desapareceu", relatou a mulher.
Além disso, o suspeito também se passava por entidades para pedir dinheiro às vítimas.
"Venha cá, a senhora tem R$ 150 'mirão' para ajudar o pai de santo para terminar as coisas? Eu preciso que termine suas coisas hoje. Se você tiver. Se você não tiver, não tem nada, não, que eu vou me virando por aqui", disse o homem no áudio ao se passar pela entidade.
Denúncias ao Ministério Público
De acordo com a Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro (Fenacab), 30 casos de falsos pais de santo foram encaminhados para o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) nos últimos três anos.
"Três caso foram resolvidos, mas desses apenas um era filiado, os demais são pessoas que não estão qualificadas juntas ao CBO, que é a Classificação Brasileira de Ocupação [Ou seja, são pessoas] para quem a Fenacab não atestou a competência para exercerem a função de sacerdote afro no nosso estado", explicou o presidente da Fenacab, Aristides Mascarenhas.
Ainda segundo Aristides Mascarenhas, as entidades não utilizam as tecnologias para enviar mensagens. "As entidades não são pessoas para mandar mensagem, pegar em celular e usar o WhatsApp. Entidade não pode fazer isso", garantiu.
Aristides Mascarenhas ainda informou que Igor Silva Braga não é registrado na Fenacab e que, quando comprovado crimes de estelionato, charlatanismo ou curandeirismo, o pai ou mãe de santo têm o registro cassado. (Com informações do G1)
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